Nos passos de Anderson Varejão, Lucas Mariano mira futuro na NBA

Destaque do Franca e da seleção brasileira de novos, pivô recebe elogios de técnicos americanos em ‘vitrines’ na Europa e nos Estados Unidos

Do alto dos seus 2,05m, Lucas Mariano impõe respeito no garrafão. Apesar da pouca idade – ele tem apenas 19 anos, o pivô se destaca no Franca, liderando a equipe do interior paulista à quinta posição da temporada 2012/2013 do NBB. Entre bandejas e enterradas, o garoto caminha na mesma trilha de outro filho ilustre do time. O capixaba Anderson Varejão despontou no Franca, ganhou o mundo, com uma escala na Espanha e uma afirmação no Cleveland Cavaliers, da NBA. Ao menos os primeiros passos, Lucas já deu.

– Quando o Varejão jogava em Franca (entre 1998 e 2002), eu mal jogava ainda pelo time, eu era muito pequeno. Encontrei com ele na seleção e ele me disse como era lá quando ele era novo. Foi um prazer conhecê-lo. Tenho o Varejão como meu espelho. Quero seguir os passos dele. Quero ajudar muito meu time agora e a seleção para depois chegar à NBA – disse o garoto.

Lucas nasceu e foi criado em Franca, uma cidade com forte tradição no basquete. Mesmo antes de nascer, o basquete já fazia parte da vida do jovem. Sua mãe Alexandra Kácia, era profissional e jogou até os primeiros meses de gestação. O pai Alcir Donizete era jogador de handebol, mas Lucas e os dois irmãos mais novos, Léo e Nathan, optaram pela bola laranja.

– Minha mãe me deixou escolher. Ela até tentou me colocar no futebol, mas toda vez eu pegava a bola com a mão (risos). Ela viu que meu negócio era o basquete mesmo. O basquete está na veia. Fico feliz de ter passado isso também para meus irmãos, de mostrar o caminho. Estou feliz por ser um espelho para eles e um orgulho para meus pais.

O pivô já é reconhecido nas ruas de Franca. Por vezes é parada por fãs do time local para tirar fotos. Agora, ele começa a ser conhecido também pelos técnicos americanos. Ao fim de sua trajetória no NBB, Lucas Mariano se juntou a Gui Deodato (Bauru), Raulzinho (Lagun Aro, da Espanha) e Lucas Bebê (Asefa Estudiantes, da Espanha) para um período de duas semanas de treinamentos em Los Angeles, nos Estados Unidos. O pivô do Franca, em especial, ganhou muito elogios dos técnicos americanos e de sites especializados no Draft, a porta de entrada para a NBA. Lucas ainda passou por outro estágio de treinamento de quatro dias na Itália.

– Muitos treinadores da NBA estavam lá. Fiquei muito feliz, porque eles não me conheciam e agora conhecem. Passei também pelo Eurocamping. Então todos os técnicos da Europa e dos Estados Unidos me viram e gostaram de mim. Eu encaro esses elogios como uma visão do que sou capaz. Vou lutar para conseguir meu objetivo que é atuar pela seleção adulta e depois ir para a NBA. Vou me preparar mais para daqui a uns dois anos ter essa chance de chegar lá, no Draft.

No curto período em Los Angeles, Lucas Mariano pôde sentir algumas diferenças entre o basquete praticado em Franca e o americano. Ele ficou impressionado com a ênfase no trabalho de condicionamento físico.

E o jogador não parou por aí. Em menos de um mês, ele saiu das “vitrines” internacionais para uma nacional. O pivô está a serviço da seleção de novos (sub-23), comandada pelo argentino Rubén Magnano, que chefia também o time principal. Lucas Mariano é o caçula do time de jovens. Ele trabalha duro para mostrar serviço e conquistar um espaço também no time que disputa a Copa América, entre 30 de agosto e 11 de setembro.

– É uma vitrine também e é uma oportunidade de jogar uma Copa América, mostrar meu talento na seleção de novos, mostrar que tenho capacidade de jogar com a equipe que vai disputar a Copa América. Esse é meu objetivo deste ano.

No ano passado, Lucas Mariano foi convidado por Magnano para participar dos treinamentos da seleção olímpica rumo aos Jogos de Londres. Agora, porém, ele quer passar à condição de convocado.

– Fui convidado para treinar com a seleção olímpica e fiquei muito feliz. Estava com a cabeça de aprender o máximo possível para levar para minha cidade e evoluir. Meu foco é chegar mesmo à próxima seleção olímpica e jogar no Rio de Janeiro em 2016.

Fonte: Globo Esporte