Policial
No Nordeste, 17% das mulheres sofreram violência física ao menos uma vez, diz estudo

Três capitais do Nordeste lideram o ranking negativo da violência contra a mulher na região, conforme estudo divulgado nesta quinta-feira (23) pela ONU Mulheres e feito em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC). Salvador, Natal e Fortaleza têm prevalência de violência doméstica física de 19,7%, 19,3%, e 18,9%, respectivamente. Em média, 17,2% das mulheres que vivem em uma capital nordestina sofreu violência física pelo menos uma vez na vida.
Apenas nos últimos 12 meses, 11% das mulheres nordestinas foram vítimas de violência psicológica, enquanto 5% sofreram agressões físicas e 2% violência sexual no contexto doméstico e familiar.
Os dados fazem parte da Pesquisa Condições Socioeconômicas e Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, que entrevistou 10 mil mulheres, representativas de 5 milhões de mulheres que vivem nas capitais nordestinas.
O estudo mostra ainda que as crianças também são expostas à violência dentro de casa. Em Fortaleza, em 31% dos casos de violência contra mulheres, crianças também foram agredidas.
Também na capital cearense, 55% das crianças presenciaram quando mulheres foram agredidas dentro do domicílio, conforme o estudo.
Outro dado que a pesquisa destaca como “alarmante” é a “espiral da violência”, quando seguidas gerações mantêm a prática de violência na família. “Quatro a cada 10 mulheres que cresceram em um lar violento sofreram o mesmo tipo de violência na vida adulta. Ou
seja, há uma repetição de padrão em seu próprio lar”, destaca o estudo.
‘Machismo arraigado’
Para Nadine Gasman, da ONU Mulheres Brasil, o machismo “arraigado” no Nordeste é uma das causas do índice de violência doméstica na região. “O Nordeste é uma das regiões com mais desigualdades no país, com machismo arraigado e concentração de população negra.
A pesquisa capta a complexidade da violência, que demanda respostas políticas”, afirma Gasman.
Ainda conforme Gasman, a pesquisa revela uma necessidade “urgente” de medidas para conter a violência contra a mulheres. O estudo “traça um quadro concreto para ação urgente do poder público e da sociedade brasileira para impedir que mulheres e meninas fiquem para trás do desenvolvimento”, afirma.
A pesquisa mostra também que as mulheres que sofrem agressão têm queda na produtividade no trabalho, o que impacta no salário.
Mulheres vítimas de violência domésticas, nos últimos 12 meses, reportam menor frequência no exercício de sua capacidade de concentração, na capacidade de dormir bem, em tomar decisões, além de se sentir frequentemente estressada e menos feliz em comparação as mulheres não vitimadas pelos parceiros.
Para a região Nordeste, mulheres vítimas de violência doméstica apresentam uma duração média de emprego 21% menor do que a duração daquelas que não sofrem violência e possuem um salário cerca de 10% menor do que aquelas que não são vítimas de violência.
Ser vítima de violência doméstica se correlaciona negativamente com a produtividade e o salário-hora da mulher, e esse efeito é maior em mulheres negras.
Fonte: G1/CE
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