Economia

Nível de endividamento é o maior desde 2009

A Pesquisa sobre Endividamento do Consumidor de Fortaleza, realizada no final do mês de fevereiro e início do mês de março, pela Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio-CE) revelou que 68,6% dos consumidores da Capital possuem algum tipo de dívida. O número atingiu o resultado mais elevado desde a revisão da metodologia da pesquisa, em 2009. No entanto, apesar do alto número de endividados, a pesquisa da Fecomércio-CE, divulgada ontem, revelou que 82,2% desses mesmos consumidores estão fazendo um orçamento mensal dos seus gastos.

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A Pesquisa sobre Endividamento do Consumidor de Fortaleza, realizada no final do mês de fevereiro e início do mês de março, pela Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio-CE) revelou que 68,6% dos consumidores da Capital possuem algum tipo de dívida. O número atingiu o resultado mais elevado desde a revisão da metodologia da pesquisa, em 2009. No entanto, apesar do alto número de endividados, a pesquisa da Fecomércio-CE, divulgada ontem, revelou que 82,2% desses mesmos consumidores estão fazendo um orçamento mensal dos seus gastos.

 

O indicador alcançou o resultado mais elevado desde a revisão da metodológica da pesquisa, em 2009. O tempo médio de atraso é de 66 dias e a principal justificativa para o atraso é o desequilíbrio financeiro – a diferença entre a renda e os gastos correntes – citado por 55,8% dos consumidores. O segundo motivo mais citado é o adiamento por conta do uso dos recursos em outras finalidades, com 29,7%, seguido pela contestação de dívida (10,2%), de acordo com o levantamento da Fecomércio-CE.

Comprometimento

A pesquisa ainda mostrou que o valor médio das dividas está estimado em R$ 1.213,00, comprometendo cerca de 29,9% da renda familiar dos consumidores com o seu pagamento – um aumento de 2,1% sobre o mês anterior (27,8%). Com base nos dados da pesquisa, a Fecomércio-CE ainda avaliou que a proporção de consumidores que não terão condições financeiras para pagar suas dividas teve aumento de 0,3 ponto percentual, passando de 5,5% em fevereiro, para 5,8% neste inicio de março.

Segundo os dados da pesquisa, o consumidor usou seu crédito para comprar itens de alimentação (43,6%), eletroeletrônicos (43,5%), artigos de vestuário (38,5%) e realizar despesas com educação e saúde (22,3%). Segundo a Fecomércio-CE as despesas do início do ano junto com o calendário de promoções, colaborou com o aumento do endividamento.  Dos instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores, além do cartão de crédito – que, tradicionalmente, é líder de preferência, citado por 79,7% dos entrevistados -, estão o financiamento bancário (veículos, imóveis etc.), com 13,7%; empréstimos pessoais (8%) e carnês e crediários (7,8%).

Já a taxa de inadimplência potencial – proporção de consumidores que não terão condições financeiras para honrar seus compromissos – avançou 0,3%, ao passar de 5,5% (fevereiro), para os atuais 5,8%. “A combinação de crescimento do endividamento com o aumento da inadimplência sugere cuidados com a política de crédito das empresas”, destaca o IPDC, em nota. Quanto ao perfil do consumidor inadimplente, há preponderância do grupo de consumidores do sexo masculino (6,7%), com idade entre 25 e 34 anos (6,8%) e renda familiar superior a dez salários mínimos (9,6%), “inspirando cuidados, principalmente nos grupos com menor renda e maior dependência do mercado de trabalho”, conforme o levantamento.

A pesquisa ainda revelou que 82,2% dos consumidores de Fortaleza estão fazendo orçamento mensal. A falta de planejamento orçamentário é um dos maiores problemas para o controle das dividas e está sempre entre os principais motivos para o atraso ou inadimplência.

Considerações

Apesar dos resultados negativos, o presidente do Sistema Fecomércio-CE, Luiz Gastão Bittencourt da Silva, ressalta que a pesquisa é para nortear os empresários, e que, não necessariamente, o número revele a exata situação dos consumidores da Capital. Ele pontua que a situação econômica do País e a alta da inflação refletem diretamente no bolso do consumidor, fazendo com que o índice de endividamento se eleve.

Ele ainda ressalta que a pesquisa é para orientar empresários a realizar planejamento de vendas, analisando a situação de risco. “A pesquisa reflete o momento que estamos passando, mas isso não significa que isso irá se concretizar. Os dados são direcionamentos para que os empresários, possam fazer uma análise da situação, mercado e do seu público”, finalizou.

 

Fonte: O Estado CE

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