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‘Não tenho que provar mais nada para ninguém’, afirma única mulher em uma das tropas de elite da PM no Ceará

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Dos 19.456 agentes da Polícia Militar do Ceará, apenas 4,17% são mulheres. O número é ainda mais reduzido quando se trata das “tropas de elite” da PM, como o Batalhão de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (BPRaio), que tem apenas uma policial feminina, a cabo Samara Alves. “O preconceito não me define. Eu posso aceitá-lo ou ser quem sou e fazer o que gosto”.

A paixão de Samara pela Polícia Militar começou quando ela foi trabalhar em uma empresa de segurança patrimonial, em 2008. Após dois anos de serviço, a cabo se interessou pela área, prestou um concurso público e ingressou na Polícia Militar. “Eu sabia que podia entrar naquela farda também”, declarou.

O ambiente predominantemente masculino não é um problema para a cabo. Samara Alves conta que os homens ajudaram na adaptação e a acolheram no batalhão ostensivo nas ruas do estado. A policial diz que o preconceito ainda é presente dentro e fora da PM, mas ela diz que procura não se abater e realizar seu trabalho. “Não tenho que provar mais nada para ninguém”, afirma.

Outra mulher de destaque na PM é Lívia Xavier, de 28 anos, uma das seis agentes do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque). Devidamente fardada, com um colete pesado, Lívia não nega o sorriso frouxo e conta que a entrada na polícia não fazia parte dos planos. “Caiu de paraquedas”.

Quando concluiu o 3º ano do Ensino Médio, a jovem prestou diversos concursos públicos a pedidos da família. Um deles era para a Polícia Militar do Ceará, corporação da qual ela faz parte há dez anos.

‘Não posso deixar de ser feminina’
Lívia destaca que a postura na PM é essencial e que a seriedade e o comprometimento são fundamentais nos patrulhamentos das ruas. Contudo, ela conta que isso não tem nada a ver com a aparência.

“Eu sou mais séria dentro de uma viatura (carro da polícia), mas não posso deixar de ser feminina, uma maquiagem não vai diminuir minha competência”.

Em 2014, a policial fez um curso para ingressar no Batalhão de Choque e, na época que entrou, ainda não tinha nenhuma “choquiana”. Ela e outras cinco foram as primeiras a ingressar no ofício. Ela conta que o machismo ainda é presente.

“A mulher pode fazer o que ela tem vontade, se ela tem objetivo, ela consegue. A dúvida é sempre existente, por ser mulher tenho que provar todo dia que eu mereço estar aqui”, afirmou.

Desigualdade
O primeiro concurso para a Polícia Militar do Ceará ocorreu em junho de 1994. À época, o edital do concurso público reservava apenas 5% das vagas para as mulheres. Dos 19.456 agentes da Polícia Militar do Ceará, apenas 4,17% são mulheres

Fonte: G1 CE

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