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Momento Psi: O trabalho dignifica o homem, mas também pode lhe adoecer

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Você pode estar com Síndrome de Bornout.

Muitas pessoas chegam na clínica se queixando de problemas em suas relações amorosas, de crises de ansiedade, depressão, sensação de falta de sentido da vida, dos desgastes que tem em sua família, da falta de prazer de viver, etc. Acreditam que a causa desses problemas são elas, mas a grande maioria das vezes as pessoas não tem consciência de que tudo isso não é o problema e sim o “sintoma” e não a causa de algo, e que todos esses sintomas podem estar diretamente ligado a uma base só́, TRABALHO.

É muito comum ler nos noticiários coisas do tipo: Médico foi preso… Jogador de futebol foi encontrado…, acidente de trânsito mata uma Juíza e um professor, etc. Muitas vezes, quando alguém pergunta (Quem é você?), a profissão vem como resposta, tipo: Sou policial, me chamo XXXX; Sou professor da escola XXX, etc.

Segundo DEJOURS (2005) o trabalho possibilita ao homem concretizar seus sonhos, atingir suas metas e objetivos de vida, além de ser uma “forma de expressão”, ele é o que faz o homem demonstrar e desenvolver suas habilidades, de se “projetar” no mundo.

Isso mostra que o “trabalho não é apenas uma simples atividades com fins lucrativos, ou vínculos empregatícios, mas sim, que ele está intimamente relacionado a construção e manutenção da nossa IDENTIDADE”, ou seja, quando se tem alguma crise no trabalho, há grande chances da pessoa se desequilibrar, gerando prejuízos em vários âmbitos de sua vida.  

Bauman fala que vivemos em uma Era liquida, e nessa época de pandemia, percebemos que nada é consistente, tudo é fluido e altamente mutável, o trabalho também é afetado por isso, junto com a evolução da tecnologia, as atividades ficaram cada vez mais descartáveis e assim como também o trabalho dos homens, sendo trocados por máquinas, forçando o homem a fazer suas atividades de forma mecânica e não mais como representação e ação afetiva, desencadeando sintomas físicos, como dores no corpo, queda de cabelo, indisposição, impotência sexual, gastrite, etc. Assim como sintomas comportamentais e psicológicos como ansiedade, depressão, agressividade, insônia, tristeza profunda, etc.

Dejours também fala que tudo o que é real de início se passou pelo conhecimento emocional e afetivo, quando o trabalhador se frustra e não se identifica com o trabalho, irá aos poucos se esgotar, existe aí uma barreira entre as representações afetivas e emocionais do sujeito e suas condições laborais concretas, fazendo com que o sentido nunca seja alcançado, ESGOTANDO toda e qualquer tentativa e energia vital do sujeito.

O tratamento para isso, pode ser feito a nível social, com intervenções no modelo de trabalho, ou a nível pessoal, sendo indicado psicoterapia com Gestalt-Terapeuta, onde é percebido o modo de ser, avaliado o contexto onde o mesmo está inserido, observado suas representações, significados e potencialidades que cada sujeito tem, elaborando assim mecanismos de ajustamento adequados para sua saúde.

Gleydson Henrique Pontes de Oliveira, Psicólogo Clínico e Escolar – CRP: 11/1238

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