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Marchas reúnem 3,7 mi na França

[caption id="attachment_17568" align="alignnone" width="300"]Quarenta líderes mundiais, entre eles o presidente francês, François Hollande, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, marcharam de braços dados à frente da multidão FOTO: REUTERSQuarenta líderes mundiais, entre eles o presidente francês, François Hollande, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, marcharam de braços dados à frente da multidão FOTO: REUTERS[/caption]

Paris- No primeiro domingo após o ataque ao semanário satírico Charlie Hebdo, ao menos 3,7 milhões de pessoas foram às ruas de Paris e das principais cidades da França em uma manifestação sem precedentes na história do país em repúdio ao terrorismo. Na capital, 40 líderes mundiais marcharam de braços dados à frente da multidão.

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Quarenta líderes mundiais, entre eles o presidente francês, François Hollande, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, marcharam de braços dados à frente da multidão FOTO: REUTERS

Paris- No primeiro domingo após o ataque ao semanário satírico Charlie Hebdo, ao menos 3,7 milhões de pessoas foram às ruas de Paris e das principais cidades da França em uma manifestação sem precedentes na história do país em repúdio ao terrorismo. Na capital, 40 líderes mundiais marcharam de braços dados à frente da multidão.

 

Na primeira fila dos chefes de Estado, caminharam o presidente francês François Hollande, a chanceler alemã Angela Merkel, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

“Paris hoje é a capital do mundo”, disse Hollande no palácio do Eliseu, antes de seguir para o ato público. Após uma lenta caminhada de 400 metros, Hollande saiu da aglomeração de chefes de Estado e caminhou até o centro da praça Léon Blum para cumprimentar familiares dos 17 mortos nos ataques terroristas da semana passada.

O presidente deu longo abraço no médico e colaborador do “Charlie Hebdo” Patrick Pelloux, um dos primeiros a chegar à redação após o massacre de 12 pessoas. A cena foi observada por parentes de vítimas que usavam faixas com a palavra “Charlie” na cabeça. Muitos choravam e se abraçavam.

Sinagoga

O líder francês foi também, no fim do dia, à Grande Sinagoga de Paris, acompanhado pelo premiê israelense, que havia levado à capital francesa a mensagem de que Israel é um porto seguro para judeus. As vítimas do atentado ao mercado kosher serão sepultadas em Israel.

A segurança contou com mais de 5.000 policiais. Atiradores de elite foram posicionados nos telhados, policiais à paisana se infiltraram no meio da multidão e dez estações de metrô foram fechadas na cidade.

Ontem, metrôs e ônibus eram gratuitos em Paris. A organização situou o número entre 1,3 e 1,5 milhão de pessoas. Muitos comentaristas afirmaram que a última vez em que os parisienses saíram tão massivamente às ruas foi em 1944, quando a cidade foi libertada dos nazistas.

Na Praça da República, os manifestantes se espremiam balançando bandeiras da França, exibindo cartazes com capas do “Charlie Hebdo” ou lápis e canetas, simbolizando a liberdade de expressão. A Marselhesa era entoada, aos gritos, espontaneamente numa reapropriação em massa do hino do país ultimamente executado, sobretudo, em solenidades oficiais ou nos atos políticos da direita moderada e da Frente Nacional. Convidado, o partido de extrema-direita não participou dessa marcha.

Pela manhã, um manifestante escalou o monumento onde estão as estátuas que representam os lemas da Revolução Francesa e retirou uma mordaça que cobria a boca da Liberdade nesses últimos dias. “Estamos aqui para reivindicar o nosso direito a dizermos o que bem entendermos. Mataram 17 pessoas e fizeram a República se levantar e dizer que o ódio é que deve ser proibido”, disse a comediante Anne de Peufeilhoux.

O embaixador do Brasil na França, José Bustani, representou a presidente Dilma Rousseff na marcha realizada ontem contra o terrorismo em Paris.

Dilma havia dito, no sábado passado, que pediria a presença do diplomata no “encontro de cidadãos do mundo em prol de um futuro de paz” e que estava “segura” de que muitos brasileiros estariam presentes ao evento convocado pelo governo francês em Paris.

Atirador diz ser parte do EI

Paris O atirador Amedy Coulibaly, que deixou quatro mortos em um mercado judaico na sexta (9), foi visto ontem em vídeo póstumo em que se identifica como membro da organização terrorista Estado Islâmico (EI).

As imagens trazem novas informações a um cenário ainda confuso sobre o planejamento dos atentados que deixaram 17 vítimas desde quarta (7).

O atirador diz ter coordenado sua ação com os irmãos Kouachi, que mataram 12 no ataque à redação do Charlie Hebdo. A informação é controversa, pois os irmãos haviam se identificado como membros da franquia da Al Qaeda na Península Arábica.

No vídeo, Coulibaly aparece com um arsenal e, em árabe, oferece sua lealdade ao Estado Islâmico. Ele morreu na sexta, na ação policial no local onde ele mantinha reféns.

O atirador reivindicou também a morte da policial Clarissa Jean-Philippe na quinta (8), em Montrouge.

Justificando o ataque ao Charlie Hebdo, diz: “o que estamos fazendo é completamente legítimo”. Ele culpa as intervenções francesas no exterior e convida muçulmanos a realizar novos atentados no país.

As autoridades francesas perseguem, agora, Hayat Boumeddiene, suposta parceira de Coulibaly. Informações do governo turco sugerem que ela já estava rumo à Síria quando os atentados ocorreram.

A mãe e as irmãs de Coulibaly condenaram os ataques e apresentaram “profundos pêsames” às famílias das vítimas. A viúva de Cherif Kouachi, um dos irmãos jihadistas, também condenou os atos de seu marido.

 

Fonte: Diário do Nordeste

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