Ceará

Mais de 60% das rodovias precisam de reparos, diz pesquisa

Published

on

Estado tem 60,6% das rodovias com problemas. Nas CEs, o índice chega a 89,7%. Ainda assim, o Ceará apresenta evolução de infraestrutura, conforme a Confederação Nacional do Transporte.

Das rodovias do Ceará, 60,6% apresentam problemas. Pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgada ontem analisou 3.618 quilômetros (km) de estradas estaduais e federais no Estado. A conclusão é que 2.194 km são regulares, ruins ou péssimos, precisando de reparos ou reconstrução em aspectos de pavimento, sinalização ou geometria.

No Ceará, a situação é pior nas rodovias estaduais. Enquanto dos 2.391 km de BRs, 54,3% são ótimos ou bons e 45,7% regulares, ruins ou péssimos; dos 1.227 km de CEs, apenas 10,3% não precisam de reparos e 89,7% apresentam problemas.

Os números das rodovias federais no Ceará vão na contramão da diminuição dos investimentos do Governo Federal nas estradas da União, que passaram de R$ 170,62 milhões, em 2016, para R$ 23,27 milhões até junho deste ano, no Ceará. A baixa de investimentos é apontada como fator determinante da condição das rodovias.

Para resolver os problemas das rodovias, a CNT estima que, apenas para as ações emergenciais de reconstrução e restauração das vias, com a implantação de sinalização, são necessários R$ 997,82 milhões. Já para a manutenção dos trechos classificados como desgastados, o custo estimado é de R$ 595,67 milhões.

A pesquisa identificou ainda 35 trechos de CEs com buracos grandes, seis com erosões na pista, um com queda de barreira e um com ponte caída. 92,7% das rodovias cearenses são de pista simples de mão dupla. E apenas 24,1% estão com o pavimento perfeito. O trecho da CE-138, da BR-226 até a divisa com o Rio Grande do Norte, é considerado péssimo nos três critérios.

Brasil

O número do estado geral (que reúne pavimento, sinalização e geometria) das rodovias cearenses está próximo dos 61,8% de estradas brasileiras na mesma situação e classificadas como regulares, ruins ou péssimas. Porém, enquanto no Brasil o número aumentou (considerando os 58,2% de pistas que precisavam de reparos em 2016), no Estado, o percentual diminuiu no último ano (de 64% para os atuais 60,6%), o que coloca o Ceará com o décimo menor índice entre os estados. O salto é ainda maior no comparativo com 2013, primeiro ano com dados disponibilizados no site da CNT, quando o Ceará tinha 88,4% das estradas com problemas.

Para Jefferson Cristiano, coordenador de Estatística e Pesquisa da CNT, a “leve melhora em 2017 deu-se principalmente pela variável de pavimento” e pode ser considerada “exemplo de que, mesmo com pouco investimento, no cenário de crise, caso haja priorização, os resultados saem”.

DER

Em nota, o Departamento Estadual de Rodovias (DER), salientou que possui jurisdição de 7.847 km de rodovias no Ceará e cerca de 1,2 mil km são analisados pela pesquisa. Desde 2010, se consideradas apenas as rodovias analisadas, mais de 790 km foram restaurados ou duplicados no Estado, conforme o DER. “Outros 121 km de duplicação e restauração já estão em andamento, devendo ser finalizadas no início de 2018. Ressalta-se ainda que algumas dessas rodovias, mesmo não tendo previsão de obras de restauração, estão em análise pelos Programa de Recuperação Funcional de 2017 e Ceará IV, como é o caso da CE-138”, informa.

“Em 2017, entre obras concluídas e em andamento (em rodovias não analisadas pela pesquisa), 914,60 km estão sendo realizados”. O investimento, informa o DER, é de quase R$ 1 bilhão.

Saiba mais

O DER contrapôs os dados da pesquisa, indicando que o Levantamento Visual Contínuo (LVC) aponta que, em 2016, as rodovias geridas pelo departamento estavam “72,63% em qualidade ‘boa’”. E informou que verificará “a melhor forma de investir os recursos do Estado melhorando os parâmetros avaliados”.

Fonte: O Povo

EM ALTA

Sair da versão mobile