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Impeachment de Trump: por que depoimento de embaixador é o mais comprometedor até agora

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No mais comprometedor depoimento dado em público no processo de impeachment contra o presidente americano Donald Trump, o embaixador dos EUA na União Europeia, Gordon Sondland, afirmou na quarta-feira (20) aos parlamentares que pressionou a Ucrânia por investigações contra o democrata Joe Biden e seu filho Hunter, por ordem do presidente.

“Havia uma orientação expressa do presidente”, disse Sondland, para que ele trabalhasse junto ao advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani, e seguisse as ordens de Giuliani na empreitada.

Ainda de acordo com Sondland, Giuliani determinou que, em troca de auxílio militar, os ucranianos deveriam anunciar uma investigação contra opositores de Trump. “O senhor Giuliani estava expressando os desejos do presidente dos Estados Unidos”, disse o embaixador.

Sondland disse ainda que tanto o vice-presidente, Mike Pence, quanto o secretário de Estado, Mike Pompeo, estavam cientes de que a liberação de uma ajuda militar ao país estaria condicionada à atuação da Ucrânia contra Biden e a uma investigação sobre possível auxílio de agentes ucranianos aos democratas na eleição de 2016.

É a primeira vez que essas figuras de alto escalão da gestão republicana são implicadas diretamente no escândalo. “Todo mundo estava no circuito. Não era segredo para ninguém”, disse Sondland, que também afirmou que foi cumprimentado por Pompeo pelo “grande trabalho” que vinha fazendo na relação com a Ucrânia.

O embaixador admitiu que havia “um claro quid pro quo” em marcha. Ou seja, Trump condicionava uma visita do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, à Casa Branca ao anúncio público pelos ucranianos da investigação contra Biden.

Sondland, no entanto, disse não se lembrar de ter ouvido diretamente de Trump que o auxílio militar estaria conectado ao anúncio público de investigações, mas afirmou que presumiu ser esse o caso e agiu a partir dessa presunção, sem encontrar qualquer objeção das demais autoridades americanas.

Ao dizer que respondia às ordens de Trump por meio de Giuliani, Sondland enfraquece a tese republicana de que o advogado do presidente agia por conta própria, como um “freelancer”, e não como um operador da política externa dos Estados Unidos.

Fonte: G1

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