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Iguatuense produz cerveja artesanal e atrai apreciadores

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Chegar a casa e abrir uma garrafa da cerveja preferida pode ser o que os amantes da bebida mais querem para descansar após um dia de trabalho. E saber que essa mesma cerveja foi produzida pelo próprio apreciador e tem o sabor único de bebida não industrializada, pode tornar a experiência ainda mais agradável. A prova é que a prática conhecida como homebrewing, vem caindo ainda mais no gosto de iguatuenses, que estão aderindo à produção e consumo de cervejas artesanais e especiais, com produção em menor escala, sabor mais trabalhado e uso de ingredientes diferenciados.

Neste mês de junho foi comemorado o Dia da Cerveja Brasileira, estabelecido em homenagem a Rupprecht Loeffler, que faleceu aos 93 anos, em 2011, e que era o mais antigo mestre cervejeiro do País.

Trazendo o tema a nível local o jornal A Praça entrevistou Hilderlúcio Gonzaga que conheceu o líquido diferenciado por intermédio de um compadre e passou a produzir e compartilhar com amigos duas produções de sabores que batizou como Karatius. “Ele (compadre) despertou meu interesse e fui fazer um curso de mestre cervejeiro em Fortaleza por 15 dias. Foi um curso rápido que nos permitiu aprender com a prática e foi daí que eu consegui produzir, depois de absorver os conhecimentos, a primeira leva de cervejas”, relembrou.

Conforme Hilderlúcio, a diferença entre as cervejas artesanais e as que estão no mercado é que a primeira agrega nas percepções sensoriais. “O sabor é totalmente diferente. Consegue se sentir com maior clareza o sabor e o aroma da produzida artesanalmente que deve ser consumida entre 5°C a 12°C, é aconselhável pra não comprometer a análise”, afirmou.

Escute abaixo a reportagem

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Sobre o preço de custeio para produção, ele afirmou que o prazer em apreciar uma bebida diferenciada se paga. “O custo pra quem produz a bebida em levas pequenas de 20 litros é sim alto em comparação ao do mercado. Mas é um preço que quem gosta faz questão de pagar”, ponderou.

Tipos de cerveja

O que distingue os tipos de cervejas é o enfoque dado tanto aos ingredientes (leveduras, maltes e lúpulos) e a maneira como ela é fermentada. Pequenas alterações entre um elemento que compõe a cerveja podem variar o seu estilo. Pelo mundo existem pelo menos 120 tipos de cervejas artesanais. “Existem cervejas com aromas de café, chocolate, frutados e cítricos. Tem pra todos os gostos”, brincou.

Os seguimentos que o cervejeiro iguatuense produz são a American Pale Ale (APA) caracteristicamente desenvolvido nos Estados Unidos com teor alcoólico em torno de 4,5%, com quantidades significativas de lúpulo americano tipicamente Cascade. Apesar dessa cerveja utilizar levedura e malte americanos, é o lúpulo americano que distingue uma APA de uma Pale Ale britânica. “O estilo é marcado por sabores mais fortes e possuem lúpulo assertivo. Sua característica também está próxima de uma American Amber Ale, estas são mais escuras e maltadas, devido ao uso de malte cristal”, explicou.

Já a Witbier é o outro tipo da bebida fermentada artesanalmente produzida por Hilderlúcio, originalmente belgas, feitas com trigo, coentro e limão siciliano. “Essa possui um estilo muito leve, refrescante e prazeroso de se beber. O estilo Witbier foi criado há mais de 400 anos. Apesar de serem feitas com trigo, são um pouco diferentes das Weiss. As Witbier são cervejas turvas, de cor amarelo palha, com espuma branca e cremosa. O aroma é geralmente adocicado, com toques de mel ou baunilha”, contou.

Hilderlucio Gonzaga passou a produzir e compartilhar com amigos duas produções de sabores – (Foto Thiedo Henrique/Mais FM)

Utensílios domésticos

Apesar de existirem equipamentos mais sofisticados, o procedimento é feito pelo iguatuense com ajuda de utensílios domésticos e depois da produção é aguardado um período de 30 dias de maturação plena para o engarrafamento e consumo que ele vislumbra há curto prazo ser a nível comercial. “Já planejo articular um dia para degustação. De início tinha como um hobby, um lazer pessoal, mas percebo que é possível comercializar em uma escala maior e comercial. O futuro dirá, mas o incentivo dos amigos é grande”, disse.

A marca escolhida “Karatius” foi em alusão a tribo indígena que habitou os primórdios do estado do Ceará. “A referência foi uma ideia da minha esposa. Acabou que sendo uma homenagem aos nossos ancestrais”, lembrou.

Mestres cervejeiros

Além de Hilderlúcio, produzem cerveja na cidade Gleinilson Magalhães que criou a Ikatu Beer, e Welton Gadelha que criou a Matilda. O entrevistado da reportagem já disse ter uma nova missão para os próximos anos, além de produzir para o mercado. “Trocamos experiências com os colegas. É um constante aprendizado, conforme vão aparecendo novas técnicas, nos adequando da melhor forma possível visando a oferecer um melhor produtor. Quero agarrar uma vaga de um curso de sommelier que está diretamente ligada ao processo pelo qual me apaixonei e que exige está cada vez mais capacitado”, finalizou.

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