Ceará

Fortaleza registra 12 milhões de passagens a menos nos ônibus

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O recuo é de 9,4% entre 2018 e 2019. Empresários mostram preocupação e Etufor afirma que quedas devem cessar em breve.
Via: O Povo

quantidade de passagens pagas nos ônibus de Fortaleza vem caindo ano após ano. Na comparação do primeiro semestre de 2018 com 2019, a redução chegou a 9,4% ou 12 milhões a menos. Entre 2014 e 2018, o total, sem contar as vans do transporte alternativo, caiu de 324,7 milhões para 284,7 milhões.
No período com maior faturamento em 2014, outubro, foram 30,3 milhões de passagens. Já em igual mês do ano passado, eram 25,4 milhões. Diferença de 4,9 milhões de bilhetes. A média total de passagens pagas num ano também caiu de 27 milhões em 2014 para 23,7 milhões em 2018. O levantamento foi realizado pela Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor).
No Brasil, segundo o Anuário 2018-2019 da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), doze milhões e meio de pessoas deixaram de se deslocar por ônibus urbano em um ano. Segundo a NTU, os principais fatores para esse momento do mercado de transportes é o baixo investimento público em mobilidade urbana.
Em Fortaleza, o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), Dimas Barreira, diz que o mercado “atravessa um momento dramático”. Atenuantes como a universalidade, tarifa única, que cobra o mesmo valor independentemente da distância percorrida, e atendimento a gratuidades e benefícios legais, “tornou difícil a concorrência com meios individuais desregulados”.
Dimas cita indiretamente a popularização dos aplicativos de transportes. E, de acordo com o presidente executivo da NTU, Otávio Cunha, esse foi apenas um dos fatores preponderantes para a perda de passageiros.
Otávio revela que, no Brasil, a quantidade passageiros dos ônibus vem em queda desde 1994, mas, nos últimos seis anos, essa redução da quantidade de tarifas pagas se agravou. Se até 2012 o recuo acumulado foi de 24,4%, entre 2013 e 2018 chegou a 25,9%.
Para ele, a acentuação das quedas coincidem ainda com os protestos de 2013, alta do desemprego, inflação, além da falta de investimento público em infraestrutura para dar prioridade ao transporte público nas cidades. Outro ponto que faz com que o ônibus perca competitividade é o envelhecimento da frota e a inflação sobre o preço do diesel, que variou 505% entre 1999 e 2019, de acordo com o Anuário da NTU. “Quinze por cento da frota deveria ser substituída por ano”, diz Otávio.
“A cada dia as pessoas convivem com mais congestionamento nas cidades, dificuldade dos ônibus cumprirem os horários das viagens. Tudo isso somado gerou essa queda significativa”, avalia.
Já o vice-presidente da Etufor, Antônio Ferreira, diz que a realidade no mercado local é de estabilização da demanda, segundo análises do órgão. Os investimentos em mobilidade urbana e na qualidade do transporte público na Capital são fatores que Ferreira apresenta para acreditar que as quedas cessarão já em 2020.
Ganhar tempo e saúde no dia a dia foi o que fez o geógrafo Anthenor Pinheiro, 28, preferir a bicicleta como modal de transporte favorito. Apesar de ainda utilizar ônibus para distâncias mais longas, diz que percebeu ganho de tempo nos percursos menores.
“Quando tenho uma distância de três quilômetros, prefiro ir de bicicleta e economizo tempo para fazer outras atividades no dia. Pedalar é uma atividade física e quando chego nos destinos estou mais apto”.

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