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Entre Olhares: ESPERANÇA

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Acabamos de sair de mais um período conturbado, recheado de denúncias de mau versação da boa fé pública. Não é de hoje que a grande imprensa nacional noticia fatos relativos à adulteração de produtos alimentícios pela indústria brasileira. Será que todos já esqueceram o caso do leite misturado com cal? Agora foi a vez da carne bovina, de frango, da linguiça, dos hambúrgueres, ou seja, a lista só aumenta… Fala-se que a próxima denúncia será sobre a cerveja.

O mais estarrecedor é ver e ouvir caras de pau arvoradas de autoridade pública querer justificar o injustificável com a afirmação de que “são apenas 21(vinte e uma) empresas”, objetivando minimizar a gravidade e a seriedade que o assunto requer. Em momento algum a dita autoridade demonstrou a mínima preocupação com a saúde e a segurança públicas de seres humanos que a duras penas fazem por onde comer “o pão nosso de cada dia”, agora, recheado de porcarias.

Estou convicto de que quando se trata da saúde das pessoas e, em especial, da sua alimentação, há que dedicar o maior respeito e seriedade na condução dessas questões. Temos a maior e mais elevada taxa tributária do mundo! Todos os impostos incidem sobre todos os componentes da nossa sexta básica. A indústria alimentícia brasileira é uma das mais prósperas. Temos um dos piores salários. A nossa distribuição de riqueza é extremamente injusta. Pagamos caro para comer imundícies e uma autoridade pública simplesmente quer minimizar…

Nada mais coerente. No país onde o presidente da República, grande maioria de seus ministros, a maior parte dos deputados federais, dos senadores, inúmeros governadores e deputados estaduais, inúmeros prefeitos e vereadores estão sob a mira da polícia e da justiça, é lógico que os comparsas entre si precisam se defender, minimizar seus delitos, culpar a população, a polícia e a grande imprensa por trazer à tona seus desmantelos e desmandos.

Para nós, reles mortais, cabe apenas o comportamento beneplacente, contemplativo e conformista de esperar – QUEIRA DEUS – por dias melhores. São José já nos deu o sinal. Podemos acreditar num bom “inverno”. Nosso Rio Jaguaribe já abastece com água o imponente Açude Orós. Nos mais diversos recantos observamos trabalhadores e produtores rurais preparando o solo, noutros, já se desenvolvem as culturas regionais mais tradicionais do milho e feijão.

Os seres humanos vítimas da espoliação, exploração, injustiça, desmandos, roubados em sua boa fé e desrespeitados nos seus direitos que são pagos com altos impostos, estão dando continuidade à vida, enquanto ainda podem, sem aparentemente se importar ou invejar a boa vida desses alcapones, ladrões, saltimbancos e foras da lei levada às expensas do nosso bolso, da nossa saúde, da nossa vida.

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