Dia-a-Dia com Maria

DOS FILISTEUS AOS IGUATUENSES

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No Livro do Velho Testamento, I Samuel, Capítulo 6, os filisteus consultam sacerdotes e adivinhadores para que estes os orientassem no sentido de retornar a Arca do Senhor de suas terras, pela qual, supostamente, estariam sendo deveras castigados. Foi nesse consultar que os sacerdotes disseram que esse povo teria que remeter junto com a Arca uma oferta por expiação da culpa que a nação carregava. Assim, segundo o número de seus príncipes orientados foram a que ofertassem em miniaturas de ouro puro, cinco hemorroidas e cinco ratos, certamente, peças que caracterizariam a conduta dos que que reinavam sobre a dita nação.

Não vou varrer a serenidade do leitor dissertando sobre hemorroidas até porque a minha estreita centelha de estudos não vagueia por esses assuntos, mas vale destacar que “são veias inchadas, inflamadas e doloridas localizadas na parte inferior do reto ou do ânus”, negócio sério que, por aquele tempo, padecer desse mal devia ser atroz, tendo em vista o atraso da época e, sob minha égide, acho que se o Todo Poderoso inspirou-se em atacá-los nesse ponto do organismo devia ser para que lembrassem do quão dejetáveis eram de fato.

Da mesma forma, os ratos, animais de comportamento asqueroso, “ladrõezinhos roedores”, que deixa a fenda aberta de esclarecimento para a incontinência de roubalheira dos príncipes filisteus.

Sem escavar demais as escrituras sagradas e trazendo o debate para a contemporaneidade e analogia locais, pensemos no caso de nossa Iguatu ter que fazer ofertas por expiação de culpas e dolos dos líderes políticos municipais, a primeira coisa que teríamos que abrir mão era da matéria-prima dos objetos a serem feitos em miniaturas, nada de ouro para não comprometer pelo menos mais vinte anos de tributação para pagar a oferta pesada, bastaria que fosse de ferro fundido, com que seriam produzidas miniaturas de tijolos, pedras portuguesas, bancos de praças, carrinhos, ônibus, caçambinhas, urubus…

Há quase uma década e meia Iguatu tem reforçado seu débito com o povo que, ao logo desses anos ainda se ressente e paga caro o desafeto dos seus maiorais com a falta de compromisso com o que devia ser priorizado. Não vou muito além mas preciso lembrar que essa terra tem contemplado a sede, a ganância por construções e praças, aterramentos, até penso que se o Morro do Flamengo (RJ) fosse mais perto, teria virado pó de cobertura, além disso, o Hospital Regional não teve a glória de ser melhorado com uma UTI, não teve um centímetro de espaço ampliado para que se instalassem mais consultórios médicos, leitos de enfermaria, enquanto isso, a Zona Azul se estabeleceu para furar ainda mais o bolso do cidadão, aliás, tudo o que se faz por aqui é ensejado para potencializar a arrecadação.

Iguatu, plena de mistérios e biscateiros, pompas e abrasadas lavagens de dinheiro.
Por fim, continuam rosnando por um poder que persiste em se dizer “bom”, “útil” e com o sendo “o melhor para nosso povo”.

Diante do quadro adverso quase esquecia de mais um símbolo para em forma de miniatura filisteia expiar as culpas dos líderes: muitas canetas pelas imperdoáveis canetadas que tanto abrigam os imorais cabides de empregos.

Falei!

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