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Divulgada nova pesquisa sobre sinal de rádio a 3,5 bilhões de anos-luz

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Uma nova pesquisa, divulgada na conceituada revista Nature, foca em uma sequência de Sinais Rápidos de Rádio (FRBs) descobertos em 2019. Astrônomos utilizaram os telescópios FAST (Five-hundred-meter Aperture Spherical radio Telescope) e VLA (Very Large Array) para localizar esses sinais e investigar o chamado “meio intergaláctico” – a vastidão que se estende entre as galáxias.

“Analisar o meio intergaláctico apresenta grandes desafios”, afirmou Shami Chatterjee, coautor do estudo e cientista da Universidade Cornell, nos Estados Unidos. “É uma região difícil de explorar, e é exatamente por isso que os FRBs são tão fascinantes. Eles nos oferecem uma lente para examinar essa área com grande precisão”.

De acordo com os pesquisadores, o FAST capturou quatro desses sinais em um breve período de 24 segundos em 2019. As observações prosseguiram de abril a setembro do mesmo ano, período no qual foram registrados outros 75 sinais. A rapidez desses sinais sugere que o FRB, denominado “FRB 20190520B”, é extremamente jovem e se encontra a uma distância de 3,5 bilhões de anos-luz da Terra.

“Este FRB parece estar em meio a um complexo ambiente de plasma, similar ao que esperaríamos encontrar em torno dos remanescentes de uma supernova”, explicou Chatterjee, referindo-se ao fenômeno das explosões estelares. “Portanto, é possível que esta fonte altamente ativa seja de origem recente, o que nos leva a um cenário evolutivo intrigante para os FRBs. Nesse cenário, fontes jovens estariam ligadas a emissões de rádio contínuas, que tendem a diminuir à medida que a frequência de repetição dos sinais decresce. Embora ainda seja uma hipótese, estamos ansiosos para testá-la comparando este objeto com outros FRBs”.

O comportamento do FRB 20190520B, no entanto, despertou curiosidade entre os cientistas, pois difere dos demais FRBs. Normalmente, esses sinais atravessam quantidades moderadas de gás (elétrons livres) nas galáxias onde se originam, o que facilita a contagem desses elétrons.

Mas o FRB 20190520B encontrou uma quantidade de gás muito maior do que o previsto, levando os autores do estudo a questionar as teorias convencionais.

O próximo passo é utilizar esses dados para aprofundar o entendimento sobre a formação do meio intergaláctico.

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