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DIREITO E CIDADANIA: O SUJO JOGO POLÍTICO E A NECESSIDADE DO SEU CONTROLE

Finalmente – e muita gente pode estar dizendo “graças a Deus” – a campanha eleitoral chega a sua reta final e, ao que parece, não vai deixar saudades.
De fato, da parte da maioria dos candidatos ao cargo de Prefeito (e nem falo dos vereadores), tivemos uma campanha sem propostas, sem falas em público demonstrativas de projetos, eis que sepultaram a prática dos comícios, onde se via o candidato expor, ainda que minimamente, algum conteúdo de convencimento do eleitor, o que foi substituído por barulhentas, caras e vazias carreatas e “motocatas”.
Somem-se a isso, indícios muito claros de que o crime organizado e a infiltração de grupos criminosos na política se faz presente também em nossa cidade, com a cooptação de lideranças ligadas a organizações criminosas e ao tráfico de drogas, o que se dá, segundo André Rodrigues, pesquisador em Estudos sobre Política e Violência da Universidade Federal Fluminense, “por mecanismos de ameaças veladas, como declarações explícitas de voto de alguém que controla uma localidade [atuando como “coordenador”]; ou a proibição de que alguns candidatos façam campanha em áreas de milícia ou de tráfico de drogas e, por fim, a eliminação violenta [ou seja, assassinato] de opositores.”
Sabemos bem que os pleitos municipais são sempre mais violentos do que nas eleições federais e estaduais, o que é resquício dos tempos de “República dos coronéis rurais” que impunham o chamado voto de cabresto; mas essa relação atávica não autoriza a banalização dos episódios que são relatados de ameaças, compras de votos e jogo sujo. Muito ao contrário!
O grande desafio dos organismos de controle, quais sejam juízes e promotores eleitorais e as forças de segurança, é evitar, ou minimizar ao extremo, as práticas atentatórias à lisura e à integridade do processo eleitoral e democrático e, ao que parece, é o que está sendo feito diante desse cenário. Prova disso é que não há um dia que não tenhamos nos noticiários locais e redes sociais notícias de atuação repressiva por parte desses órgãos.
O que preocupa, Senhoras e Senhores, é que, usando da comparação com o futebol, quanto mais o árbitro aparece no jogo, mais indisciplinado e sujo é o jogo jogado, o que é péssimo para a torcida – lá no futebol – e, neste caso em questão – da política -, é destrutivo para a democracia e para os interesses do povo, que serão geridos pelo futuros eleitos.
Romualdo Lima.
Procurador Federal
Ex-Conselheiro estadual da OAB/CE
Conselheiro vitalício do Conselho da OAB – Subseção Iguatu
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