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Dia Nacional de Combate à Tuberculose: Ceará registrou mais de três mil casos este ano

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Doença cuja cura foi descoberta ainda na década de 1940, a tuberculose causou no Ceará, somente este ano, 71 mortes. Foram 3.039 casos notificados pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). Este sábado, 17 de novembro, é data em que a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) definiu como Dia Nacional de Combate à Tuberculose. O alerta é para a prevenção.

Em entrevista ao O POVO Online, o médico infectologista Alberto Chebabo, 2º secretário da SBPT, faz o alerta. O maior número de mortes em decorrência da tuberculose acontece em pessoas já doentes ou que façam uso de medicamentos imunossupressores. Ou seja, que reduzem a ação do sistema imunológico. Portadores do vírus HIV/Aids ou pacientes de quimioterapia têm maior propensão.

Cerca de 70 mil novos casos da doença são notificados no País, por ano, maior que a incidência de câncer de mama ou próstata. Destes, em média, 4,5 mil morrem em decorrência da doença. “A doença vem avançando no Brasil e no mundo, sobretudo em países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos. Ela está ligada à desnutrição”, frisa.

Dados da Sesa indicam que, entre 2016 e 2017, foram notificados 6.925 casos novos de tuberculose no Ceará em 165 municípios cearenses. Assim, em 90,2% do Estado, houve casos notificados de tuberculose.

Itaitinga concentra grande parte das unidades prisionais do Estado, o que contribui para que a incidência esteja acima de 100 casos por 100 mil habitantes, nos dois anos da análise.

Em 2017, o município de Altaneira, na Região do Cariri, também apresentou índice alarmante. Foram oito casos, sendo que a população estimada é de 7.344 habitantes.

Recomendações
Relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta um terço dos casos de todo continente americano acontece no Brasil.

Opinião: Tuberculose, ainda um problema grave de saúde pública

O paciente diagnosticado deve ser mantido isolado até a segunda semana após o início do antibiótico e, de acordo com Alberto Chebabo, o tratamento deve ser feito por seis meses, mesmo que o paciente apresente melhoras na recuperação.

O principal risco para quem já teve a doença, ainda de acordo com o infectologista, é de a tuberculose voltar e o bacilo se tornar resistente aos antibióticos.

“Nesses casos, é necessário trocar por outro (remédio) ainda mais forte e usar as drogas por mais tempo”, detalha o médico.

Quando se reinicia o tratamento, as drogas usadas no combate são mais potentes e complexas.

Saiba Mais
A tuberculose é doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium Tuberculosis e afeta principalmente os pulmões, embora possa atingir outros órgãos e sistemas, como: ossos, rins, gânglios e pleura (membrana que envolve os pulmões).

Principais sintomas
– Tosse constante (se durar três semanas, procure um médico);
– Sudorese noturna;
– Tosse com secreção (pus ou sangue);
– Fraqueza e cansaço excessivos;
– Febre vespertina e a perda rápida de peso;
– Dificuldade de respirar, e outras complicações pulmonares.

Diagnóstico
Existem formas graves da doença. Por isso, quanto mais rápido é a descoberta, melhor. O diagnóstico é realizado pela visualização do bacilo da tuberculose no escarro ou pela detecção do material genético do bacilo. Esta metodologia é hoje recomendada pela OMS para o diagnóstico mais rápido e precoce da doença.

Outro exame que pode ser realizado no sangue, o Quantiferon, é o mais indicado para diagnosticar contactantes de pessoas com tuberculose, que podem ter a doença na forma latente, ou seja, que ainda não apresentam sintomas da doença.

Fonte: O Povo

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