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Detento do CE comemora aprovação na UFC após Enem: ‘Nova chance’

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Assistir aulas atrás das grades foi o que possibilitou que 13 detentos do Ceará conseguissem uma vaga no ensino superior por meio do Prouni. Quem estuda enquanto cumpre a pena, reduz o tempo de detenção. A cada 12 horas de aulas, um dia é reduzido na condenação. Mas esse não foi o objetivo que levou um detento de 24 anos a estudar e ganhar bolsa do programa do Governo Federal. (A pedido da Secretaria de Justiça do Ceará, o detento não foi identificado.

Ele conta que apenas depois de cumprir a pena teve passou planejar um futuro longe das grades. Para isso, começou a estudar quatro horas por dia, duas na sala de aula e duas na cela. Como instrumento, apenas um livro. Mesmo sem ter acesso a nenhuma tecnologia para auxiliá-lo nas pesquisas, ele conseguiu ser aprovado no Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem.

“Todo dia nós temos uma nova chance de fazer uma nova história pela nossa vida e é a educação que abre novas portas, né? Porque o conhecimento tem o poder de vencer obstáculos na nossa vida”, diz o jovem que foi aprovado para o curso de Ciências Sociais na Universidade Federal do Ceará (UFC). Agora, ele aguarda a autorização da Justiça para frequentar as aulas na universidade.

Enquanto aguarda, segue na rotina de trabalhar e estudar, acreditando que o futuro reserva uma outra vida, muito diferente da que leva na penitenciária. “O final dessa história só depende de mim, fazer a mudança. E que final vai ser esse? Mostrar para as pessoas que todos nós somos passíveis de erros, mas que também temos a possibilidade de reverter a situação”, diz o jovem.

O presidiário é aluno de uma escola penitenciária em Pacatuba, na Grande Fortaleza. Lá, dos 860 detentos que cumprem penas, 65 estudam. “É uma missão que a gente considera muito valiosa, né? A gente procura dar o melhor e espera também isso deles”, comenta o professor Gilmário Nobre.

Prouni
No Ceará, 13 detentos foram aprovados no Programa Universidade Para Todos (Prouni) e ganharam bolsas em cursos de graduação e tecnológicos em faculdades particulares do Estado. Entre os aprovados, oito são internos das grandes unidades prisionais da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e alunos da Escola de Ensino Fundamental e Médio Aloísio Leo Arlindo Lorscheider, de Fortaleza. Todos eles ganharam bolsas integrais.

Dos oito internos aprovados na RMF, dois passaram para o curso de Direito. Um reeducando foi aprovado no curso de Licenciatura em Educação Física e outros cinco internos em cursos tecnológicos: um para Sistemas para Internet, um para Gestão de Recursos Humanos, um para Gestão Hospitalar e dois para Logística.

Dentre os cinco aprovados em Aracati, um garantiu a bolsa integral e os outros quatro, bolsas parciais que custearão 50% do valor da universidade. Os internos conseguiram vaga nos cursos de Administração, Química (3) e Comércio Exterior.

Fonte: G1/CE

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