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Cortejo da cultura popular marca adeus a Mestre Bigode, em Juazeiro do Norte

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A cultura de Juazeiro do Norte e do Cariri está de luto pela morte de Manoel Antônio da Silva – Mestre Bigode, que faleceu, aos 94 anos, no último sábado, no Município. O corpo do Mestre Bacamarteiro e do Maneiro Pau foi velado em sua residência, na rua Rua Maria Otília, 726 – Cidade de Deus, em Juazeiro do Norte. O sepultamento aconteceu às 11 horas dessa segunda, no cemitério São João Batista.

Ontem, às 10 horas, um cortejo com os grupos de tradição saiu pela Avenida Castelo Branco, a partir das proximidades da rádio Tempo, até o cemitério, numa última homenagem ao Mestre Bigode. Também houve salva de tiros no adeus dos integrantes do Grupo de Bacamarteiros Padre Cícero, criado por ele há cerca de cinco décadas.

Defensor do Padre Cícero 

Manoel Antônio da Silva nasceu em 4/07/1923, na cidade de Iguatu. Aos vinte anos veio residir em Juazeiro do Norte e desde então dedicou a vida a trabalhar com a cultura popular. Na arte do Maneiro Pau e dos Bacamarteiros se tornou o Mestre Bigode.

Na década de 90 durante as romarias, Mestre Bigode com o seu grupo de Bacamarteiros recebia os romeiros no largo do Socorro fazendo uma salva de tiros ao nascer do sol. Uma grande roda se formava para assistir aquele grupo de homens que dançavam e cantavam vestidos de cangaceiros. No centro da roda uma faixa estava escrita: ‘Meu padim, estamos aqui para te defender’. A fé e o trabalho defendem a arte.

Cidadão Juazeirense

Em 2004, Mestre Bigode recebeu do Governo do Estado do Ceará o Certificado de Mestre da Cultura e, em 2017, a Universidade do Estadual do Ceará (UECE) concedeu o Título de Notório Saber em Cultura Popular, um reconhecimento como um Patrimônio da Cultura Cearense. Em 2013, recebeu o Título de Cidadão Juazeirense.

“Nos despedimos de um Mestre da Cultura com reconhecimento e gratidão”, disse a Diretora do Núcleo de Arte, Educação e Cultura Marcus Jussier, Maria Gomide, em nome da Secretaria de Cultura de Juazeiro do Norte. “Desejamos força a seus familiares que, nesse momento, recebem o abraço de todos os brincantes da arte Cariri. Que a arte de Mestre Bigode siga viva em nossas memórias”, ressalta.

Fonte: Diário do Nordeste

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