Economia

Consignado reduz em até 30% a renda dos idosos

[caption id="attachment_6983" align="alignleft" width="500"](Foto:Reprodução)[/caption]Crédito consignado é uma das principais despesas fixas que vêm complicando a vida dos idosos de Fortaleza

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(Foto:Reprodução)

Crédito consignado é uma das principais despesas fixas que vêm complicando a vida dos idosos de Fortaleza

 

Talvez por falta de grandes comemorações ou por não se tratar de um feriado, o Dia do Idoso, que aconteceu ontem, passou quase despercebido por boa parte da população. De fato, o fortalezense de idade avançada não anda com muitos motivos para celebrar, ultimamente. Isso porque, além dos crescentes gastos com saúde e alimentação, os aposentados estão vendo seus rendimentos ficarem cada vez mais comprometidos com despesas fixas, como a decorrente do crédito consignado, que tira até 30% da renda logo no início do mês.

“A verdade é que a vida financeira dos aposentados anda bastante difícil. Muitos inclusive entram em depressão por não saberem como arcar com todas as despesas, já que os gastos não param de subir e a renda segue estagnada. Alguns recorrem ao consignado e praticamente começam o mês com apenas 70% da renda” lamenta o presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Fortaleza (Aapefort), Eduardo Lima.

Com os rendimentos comprometidos, Lima diz que cresce na Capital o número de aposentados a procura de reinserção no mercado de trabalho. “A Associação recebe muitos que buscam emprego. Além de procurarem maneiras de ampliar a renda, os idosos querem ocupar a mente de alguma forma, se sentirem vivos. O problema é que a maioria das empresas não têm interesse em contratá-los”, afirma.

Alimentos pesam

Ainda de acordo com o presidente da Aapefort, os gastos com alimentos são os que mais pesam no orçamento dos idosos. “Além da feira mensal, os aposentados muitas vezes precisam mandar comida para parentes que estão necessitando. São pessoas que não gastam só com elas”, comenta Eduardo Lima. Conforme diz, os gastos com medicamentos, apesar de elevados, já não são tão significativos por conta da distribuição gratuita de remédios em postos de saúde.

O Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), calculado pela FGV, aliás, constatou que a cesta de consumo de indivíduos com mais de 60 anos ficou 6,21% mais cara nos últimos 12 meses.

Planos de saúde

Além das dificuldades financeiras, os idosos também têm que lidar com uma série de ações ilegais que os prejudicam, informa o advogado da Associação de Consumidores (Proteste), David Passada. Segundo ele, uma das infrações mais recorrentes dizem respeito às operadoras de planos de saúde.

“Muitos aumentam de maneira exorbitante o valor do serviço de plano de saúde quando o consumidor atinge uma certa idade, o que é proibido por lei. Isso sem falar na recusa de algumas empresas em fornecer o serviço para idosos, o que é descriminação, prevista na Constituição Federal”, ressalta.

Conforme Passada, os idosos também costumam ser alvos preferenciais de golpes e fraudes bancárias. “Eles são mais vulneráveis que o consumidor tradicional e muitas vezes são explorados pela própria família. Contraem, por exemplo, créditos consignados que nem precisam”, lamenta o advogado.

 

Fonte: Diário do Nordeste

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