Iguatu

Coluna Semanal: Deixe-nos passar!

Imagine-se trafegando pelas ruas da sua cidade, tranquilamente. De repente, ao olhar pelo retrovisor, observa luzes piscando e escuta a sirene de uma viatura de socorro. O instinto da curiosidade se aguça. Você até pensa em sair do caminho, reduzir a velocidade, ‘jogar’ o carro para o lado direito da via, mas tudo o que consegue é permanecer na dinâmica do deslocamento anterior, dificultando a passagem da viatura. O som da sirene permanece, aproximando-se lentamente. Pelo retrovisor, você observa mãos desesperaras pedindo passagem… Minutos depois, cruciais para quem precisa do atendimento, a viatura passa por você e se perde na via, seguindo rumo ao destino colimado, quando alguém, certamente aflito, pediu socorro. Você já vivenciou cenas assim? Conhece alguém que passou por isso?

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Imagine-se trafegando pelas ruas da sua cidade, tranquilamente. De repente, ao olhar pelo retrovisor, observa luzes piscando e escuta a sirene de uma viatura de socorro. O instinto da curiosidade se aguça. Você até pensa em sair do caminho, reduzir a velocidade, ‘jogar’ o carro para o lado direito da via, mas tudo o que consegue é permanecer na dinâmica do deslocamento anterior, dificultando a passagem da viatura. O som da sirene permanece, aproximando-se lentamente. Pelo retrovisor, você observa mãos desesperaras pedindo passagem… Minutos depois, cruciais para quem precisa do atendimento, a viatura passa por você e se perde na via, seguindo rumo ao destino colimado, quando alguém, certamente aflito, pediu socorro. Você já vivenciou cenas assim? Conhece alguém que passou por isso?

As viaturas de socorro, pelo atendimento de caráter súbito e imprevisto, atuam emergencialmente. Nos incêndios, os cinco primeiros minutos são essenciais no combate; para quem está em parada cardiorrespiratória, a partir do quarto minuto os danos cerebrais poderão ser irreversíveis; num salvamento de vítimas presas às ferragens, o tempo-resposta é crucial na manutenção da vida… Em todos os casos citados, o atendimento somente se iniciará quando da chegada da viatura ao local. Parece óbvio demais! Infelizmente, vidas e haveres se perdem por descumprirmos o óbvio. Se você não permitir que as viaturas cheguem aos locais com brevidade, os socorristas chegarão para recolher corpos e não para salvar vidas. Outro óbvio que precisa ser dito: a vítima pode ser você!

O Código de Trânsito Brasileiro, em sua resolução n.º 268, assegura prioridade de trânsito, livre circulação e estacionamento para veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia, os de fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias, mas o que importa, na prática, não é a literalidade da lei – o que importa é nossa postura cidadã, consciente e preventiva, diante do caso concreto. Para quem precisa de socorro imediato, o importante é que a ajuda chegue – e chegue com brevidade. Portanto, como você poderia ajudar? Simples. Quando ouvir a sirene de qualquer viatura de socorro, resista à sedução e ao sentimento lúdico do som das sirenes e dê passagem! A tradução do conjunto luzes do giroflex piscando e da sirene bitonal das viaturas seria essa: “Deixe-nos passar!”.

Aprendemos que a faixa da esquerda é a da ultrapassagem, certo? Portanto, quando você olhar pelo retrovisor e observar luzes e ouvir sirenes, libere a faixa da esquerda, indo para a direita, ou, se necessário, parando o seu veículo. As vítimas agradecerão, pois a vida não pode esperar!

Até a próxima semana.

Nijair Araújo Pinto – Major QOBM

Comandante da 1ª Seção de Bombeiros do 4º GB/Iguatu

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