Iguatu
CENTRO-SUL: VLT é alternativa de mobilidade
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O projeto de implantação de um VLT segue os moldes do que existe entre as cidades de Crato e Juazeiro do Norte, na região do Cariri cearense, e do que está em implantação na cidade de Sobral, na zona Norte do Estado. “Essa é uma proposta que estamos encaminhando ao governo do Estado e que vai trazer benefícios para a polução”, defendeu Alcântara.
O anúncio de desativação do tráfego ferroviário da Linha Sul que liga Fortaleza ao Crato, passando por Iguatu, previsto para este mês, pela empresa exploradora dos serviços, a Logística Transnordestina S.A. fortaleceu a ideia da administração municipal em implantar o sistema de transporte coletivo VLT.
“A linha férrea já existe, o tráfego de trens de carga será desativado e o nosso projeto prevê o aproveitamento dessa malha, com alguns serviços de melhoria”, explicou Alcântara. “Estamos solicitando do governo do Estado a elaboração de um projeto, que acreditamos ser viável, pois há um tráfego intenso de pessoas que moram nas localidades a serem atendidas”.
Mudanças
Na linha entre Iguatu e o distrito de Suassurana, a ideia é fazer mudança no trajeto para atender o bairro do João Paulo II e as localidades de Barreiras e Varzinha. “Essas mudanças são necessárias para viabilizar o VLT”, observa Alcântara. “Esse projeto defendemos em 2012 e agora vamos tentar viabilizá-lo”. O consultor empresarial, especialista em logística, Antonio Oliveira Neto, lamentou a situação de abandono e a falta de investimentos na ferrovia. Observou que o transporte ferroviário que conduz uma maior quantidade de pessoas e volume de carga é mais vantajoso do que o rodoviário. “A ferrovia tem um custo reduzido em comparação com a rodovia”, disse. “Os países mais desenvolvidos investiram em infraestrutura ferroviária”.
De acordo com a análise de Oliveira Neto, o Brasil está atrasado e é deficiente no setor de transporte de carga e de passageiros nos grandes centros urbanos. “Infelizmente, nos últimos anos o governo privilegiou o setor rodoviário para carga e passageiros”, frisou. “Nos Estados Unidos, o transporte de cargas via ferroviário representa 40%, contra 30% do rodoviário. No Brasil, ocorre o inverso, pois 60% são por meio de rodovias e apenas 20% através de ferrovia”.
Em decorrência da desativação da Ferrovia Sul, Neto defende uma espécie de compensação para a região. “Para minimizar as perdas econômicas da região e como forma de compensação, as entidades empresariais e políticos locais têm que lutar pela implantação de um porto seco (terminal terrestre para transbordo de cargas) a ser instalado em Iguatu”, disse. “Para o transporte de passageiros deve-se aproveitar a malha e implantar o VLT, com algumas adequações”.
O engenheiro agrônomo, Paulo Maciel, também defende a implantação de um VLT interligando Iguatu aos distritos de Suassurana e José de Alencar. Diariamente, dezenas de vans e micro-ônibus fazem esse serviço. “Essa é uma proposta que o Partido Verde apresentou no ano passado e acreditamos que a partir de adaptações e pequenas mudanças no trajeto, o projeto é viável”, explicou.
Maciel observou que o VLT, entre as cidades de Crato e Juazeiro do Norte é pouco utilizado pela população porque o projeto não fez mudanças na linha que seguiu trajeto original e antigo da ferrovia. “Ficou distante das áreas onde a população se desloca atualmente, isto é, não atende as necessidades atuais”.
A ferrovia Sul que liga Fortaleza à região do Cariri cearense começou a ser Implantada no Império, a partir de 1871. A antiga Estrada de Ferro de Baturité e seu prolongamento até a cidade de Crato tem extensão de 600 quilômetros.
Mais informações:
Prefeitura de Iguatu
Telefone: (88) 3566.7910
Associação dos Engenheiros da Rede Ferroviária Federal – Fortaleza
Telefone: (85) 3212.1348
Fonte: Diario do Nordeste