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Calendário de 2017 terá menos datas para estaduais e parada para Seleção

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Comitê de Reformas da CBF anuncia decisões, e principal delas está no cronograma. Entidade passará a ter Código de Ética e duas divisões no futebol feminino.

Formado em fevereiro, o Comitê de Reformas da CBF apresentou, nesta quinta-feira, um resumo de suas atividades nos últimos quatro meses. A principal novidade está no calendário de 2017, que terá algumas mudanças. Foi definido o período de 30 dias de férias, 25 dias de pré-temporada e 18 datas para a disputa dos estaduais (eram 19 este ano, mas alguns campeonatos tiveram menos) e mais oito para os regionais – que seriam nas mesmas datas da Libertadores. A ideia é que ambos sejam finalizados até o dia 30 de abril. O Brasileirão deve começar no mesmo período da Copa do Brasil. Foram anunciados também a criação do Código de Ética do Futebol Brasileiro e um Departamento de Futebol Feminino. Estas duas últimas decisões ainda serão submetidas a votação em Assembleia Geral na CBF.

Há uma proposta para que a Copa tenha apenas um jogo em cada confronto (sem jogos de volta), mas isso ainda não foi aprovado. O grupo também anunciou que o Campeonato Brasileiro terá apenas nove rodadas no meio da semana – ao contrário de 12, como é atualmente – e duas paralisações para os jogos da Seleção nas Eliminatórias – provavelmente em setembro e outubro. As interrupções seriam de 14 dias, sem rodada na quarta-feira anterior, no fim de semana e na quarta-feira posterior aos jogos do Brasil.

– É uma tarefa muito complexa, Brasil é diferente de todo mundo. São países pequenos. Somos 27 nações. Cada nação tem seu campeonato nacional. Os estaduais têm que ser melhorados, temos que arranjar uma maneira. É uma tarefa para gênios. Adequar o lado financeiro, o lado técnico. É uma tarefa dificílima se adequar. A primeira dúvida era unificar ou não com a Europa e tivemos várias reuniões. A gente acha que primeiro deve organizar internamente o calendário. Segundo passo seria pensar em fazer uma reforma muito grande. Isso foi tarefa dificílima – comentou o ex-técnico da seleção brasileira e membro do Comitê, Parreira.

A entidade já admite incluir a Primeira Liga entre os torneios oficiais, mas a Liga terá que fazer ajustes requisitados pela CBF. Agora, cada equipe membro do grupo terá que negociar com suas federações como a adequação será feita. Segundo o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, a tendência é que o torneio seja disputado ainda de forma amistosa no ano que vem, mas sem conflitos com os estaduais. O presidente do Atlético-MG, Daniel Nepomuceno, que esteve em algumas reuniões do Grupo de Trabalho para o calendário, gostou da alteração.

– Foram apresentadas as datas, para a Primeira Liga seriam três na pré-temporada (em janeiro). É um avanço no formato interessante. Para mim, o calendário está melhor. Acho importante. Agora cada clube negocia com sua federação para adaptar o seu estadual – comentou.

Sem adequação ao calendário europeu

A adequação ao calendário europeu chegou a ser discutida no grupo de trabalho que discutiu o tema, mas não foi aprovado. Se houvesse o ajuste, o futebol brasileiro iniciaria as atividades em agosto e encerraria em junho. Segundo os membros da equipe, o processo seria difícil e envolveria muitos setores.

– Tem que mudar muitas coisas. Quase tudo. E não é só isso. O atleta não vai ter férias com o filho dele. O clima é diferente, é inviável. Para adequar, é um processo muito longo – comenta o ex-jogador Ricardo Rocha, membro da equipe.

Apesar das alterações, um problema não foi solucionado: o choque dos jogos decisivos da Copa do Brasil com a Copa Sul-Americana. Desde 2013, com a inclusão dos times da Libertadores no segundo torneio nacional mais importante, as equipes que vão às oitavas de final da competição não podem disputar a Sul-Americana. Segundo o diretor de Competições da CBF, Manoel Flores, a adequação deve ser feita após uma reformulação dos dois torneios continentais, que deve ser feita pela Conmebol.

Departamento de Futebol Feminino

Outra novidade anunciada pelo Comitê de Reformas foi a criação de um Departamento de Futebol Feminino na CBF. Os nomes para integrar o novo setor já estão sendo estudados, mas só serão anunciados após a aprovação final da decisão em Assembleia Geral da CBF. Segundo a ex-árbitra e atual diretora-secretária da Escola Nacional de Arbitragem, Ana Paula Oliveira, foi aprovada também a criação de duas divisões para o futebol feminino, com duas equipes cada, além de torneios de base e um plano de marketing para a modalidade.

– Nunca nenhuma iniciativa tinha sido feita nesse sentido. Por isso emociona. A gente fala de uma trajetória que a mulher não tinha nem voz. Por que não pensar em sonhar que o futebol feminino brasileiro pode ser um grande produto e pode ser rentável? – declarou Ana Paula.

Criado em fevereiro, o Comitê de Reformas continuará com cronograma de reuniões. O grupo analisa os seguintes temas: reforma do estatuto da CBF; implementação do Código de Ética e do Comitê Disciplinar do Futebol; medidas de transparência; desenvolvimento de Regulamento Nacional de Concessão de Licença de Clubes; fomento de ações de responsabilidade social; internacionalização do futebol brasileiro; aprimoramento da legislação desportiva; desenvolvimento do futebol feminino; desenvolvimento das categorias de base; tecnologia e inovação no futebol; direitos de atletas e demais profissionais do futebol; direitos de transmissão; aprimoramento da arbitragem; programa de formação de profissionais do futebol; calendário; e democratização e engajamento da torcida brasileira.

Fazem parte do conselho os presidentes de São Paulo e Botafogo, Carlos Augusto Barros e Silva e Carlos Eduardo Pereira; os ex-jogadores Edmílson, Ricardo Rocha e Carlos Alberto Torres; a jogadora Formiga; o técnico Carlos Alberto Parreira; o diretor jurídico do Corinthians, Luiz Felipe Santoro; os advogados Álvaro Melo e André Ramos Tavares; os presidentes de federação Ednaldo Rodrigues (Bahia), Leomar Quintanilha (Tocantins) e Castellar Modesto Guimarães Neto (Minas Gerais); a ex-assistente de arbitragem Ana Paula Oliveira; e, pela CBF, o secretário-geral Walter Feldman e o diretor executivo de gestão Rogério Caboclo. Completa a lista o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Caio Rocha.

Fonte: Globo Esporte

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