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A primeira deflação em mais de um ano diminui a pressão sobre o Banco Central para aumentar os juros, afirmam analistas.

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A primeira deflação registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em mais de um ano abre caminho para uma política monetária menos agressiva por parte do Banco Central (BC), segundo economistas ouvidos.

Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, a surpresa positiva com o dado se soma ao direcionamento dos diretores da autarquia sobre a dependência de indicadores para a tomada de decisão. Assim, ele entende que ainda não está definida a necessidade de elevar os juros.

O BC se reúne na próxima semana para decidir sobre o futuro da taxa básica de juros da economia (Selic), que está mantida em 10,50% ao ano desde maio, quando foi anunciada a última queda do atual ciclo. Com o resultado do mês, o índice se afasta um pouco do teto da meta para a inflação, de 4,5%.

Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, afirma que ainda não é possível determinar se o Comitê de Política Monetária (Copom) irá manter os juros na próxima reunião. No entanto, ele sinaliza: “vai ser bem estranho o Copom subir juros com essa melhora no IPCA. Provavelmente o IPCA vai fechar abaixo do teto da meta este ano”.

O Inter, em comunicado, considera o resultado “bastante positivo”, tanto do ponto de vista qualitativo quanto quantitativo. A instituição financeira acredita que uma alta dos juros não é necessária no cenário atual, mas reconhece que a desancoragem das expectativas inflacionárias nos últimos meses terá maior peso sobre o processo decisório do Copom. Apesar disso, o Inter destaca que o resultado desta terça-feira contribui para uma inflação mais controlada, que, somada ao alívio externo com um provável corte de juros nos Estados Unidos, deve fortalecer argumentos para uma postura menos enérgica do BC.

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