Vestibular No AR
Vestibular no AR – Português

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DIA: 04/11 – QUINTA-FEIRA
DISCIPLINA: Português
1. Leia:
TEXTO I
Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo. Vencido palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados.
CUNHA, E. Os sertões. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1987.
TEXTO II
Na trincheira, no centro do reduto, permaneciam quatro fanáticos sobreviventes do extermínio. Era um velho, coxo por ferimento e usando uniforme da Guarda Católica, um rapaz de 16 a 18 anos, um preto alto e magro, e um caboclo. Ao serem intimados para deporem as armas, investiram com enorme fúria. Assim estava terminada e de maneira tão trágica a sanguinosa guerra, que o banditismo e o fanatismo traziam acesa por longos meses, naquele recanto do território nacional.
SOARES, H. M. A Guerra de Canudos. Rio de Janeiro: Altina, 1902.
Os relatos do último ato da Guerra de Canudos fazem uso de representações que se perpetuariam na memória construída sobre o conflito. Nesse sentido, cada autor caracterizou a atitude dos sertanejos, respectivamente, como fruto da:
a) Manipulação e incompetência.
b) Ignorância e solidariedade.
c) Hesitação e obstinação.
d) Esperança e valentia.
e) Bravura e loucura.
2. Tudo era harmonioso, sólido, verdadeiro. No princípio. As mulheres, principalmente as mortas do álbum, eram maravilhosas. Os homens, mais maravilhosos ainda, ah, difícil encontrar família mais perfeita. A nossa família, dizia a bela voz de contralto da minha avó. Na nossa família, frisava, lançado em redor olhares complacentes, lamentando os que não faziam parte do nosso clã. […]
Quando Margarida resolveu contar os podres todos que sabia naquela noite negra da rebelião, fiquei furiosa. […]
É mentira, é mentira!, gritei tapando os ouvidos. Mas Margarida seguia em frente: tio Maximiliano se casou com a inglesa de cachos só por causa do dinheiro, não passava de um pilantra, a loirinha feiosa era riquíssima. Tia Consuelo? Ora, tia Consuelo chorava porque sentia falta de homem, ela queria homem e não Deus, ou o convento ou o sanatório. O dote era tão bom que o convento abriu-lhe as portas com loucura e tudo. “E tem mais coisas ainda, minha queridinha”, anunciou Margarida fazendo um agrado no meu queixo. Reagi com violência: uma agregada, uma cria e, ainda por cima, mestiça. Como ousava desmoralizar meus heróis?
TELLES, L. F. A estrutura da bolha de sabão. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Representante da ficção contemporânea, a prosa de Lygia Fagundes Telles configura e desconstrói modelos sociais. No trecho, a percepção do núcleo familiar descortina um(a):
a) Convivência frágil ligando pessoas financeiramente dependentes.
b) Tensa hierarquia familiar equilibrada graças à presença da matriarca.
c) Pacto de atitudes e valores mantidos à custa de ocultações e hipocrisias.
d) Tradicional conflito de gerações protagonizado pela narradora e seus tios.
e) Velada discriminação racial refletida na procura de casamentos com europeus.
3. Leia:
CAMELÔS
Abençoado seja o camelô dos brinquedos de tostão:
O que vende balõezinhos de cor
O macaquinho que trepa no coqueiro
O cachorrinho que bate com o rabo
Os homenzinhos que jogam boxe
A perereca verde que de repente dá um pulo que engraçado
E as canetinhas-tinteiro que jamais escreverão coisa alguma.
Alegria das calçadas
Uns falam pelos cotovelos:
— “O cavalheiro chega em casa e diz: Meu filho, vai buscar um pedaço de banana para eu [acender o charuto.
Naturalmente o menino pensará: Papai está malu…”
Outros, coitados, têm a língua atada.
Todos porém sabem mexer nos cordéis como o tino ingênuo de demiurgos de inutilidades.
E ensinam no tumulto das ruas os mitos heroicos da meninice…
E dão aos homens que passam preocupados ou tristes uma lição de infância.
BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.
Uma das diretrizes do Modernismo foi a percepção de elementos do cotidiano como matéria de inspiração poética. O poema de Manuel Bandeira exemplifica essa tendência e alcança expressividade porque:
a) Realiza um inventário dos elementos lúdicos tradicionais da criança brasileira.
b) Promove uma reflexão sobre a realidade de pobreza dos centros urbanos.
c) Traduz em linguagem lírica o mosaico de elementos de significação corriqueira.
d) Introduz a interlocução como mecanismo de construção de uma poética nova.
e) Constata a condição melancólica dos homens distantes da simplicidade infantil.
4. Leia:
TEXTO I
Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a pouco começaram a vir mais. E parece-me que viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns deles traziam arcos e flechas, que todos trocaram por carapuças ou por qualquer coisa que lhes davam. […] Andavam todos tão bem-dispostos, tão bem feitos e galantes com suas tinturas que muito agradavam.
CASTRO, S. “A carta de Pero Vaz de Caminha”. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).
TEXTO II
Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha e a obra de Portinari retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que:
a) A carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras manifestações artísticas dos portugueses em terras brasileiras e preocupa-se apenas com a estética literária.
b) A tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, cuja grande significação é a afirmação da arte acadêmica brasileira e a contestação de uma linguagem moderna.
c) A carta, como testemunho histórico-político, mostra o olhar do colonizador sobre a gente da terra, e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos.
d) As duas produções, embora usem linguagens diferentes — verbal e não verbal —, cumprem a mesma função social e artística.
e) A pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos étnicos diferentes, produzidas em um mesmo momentos histórico, retratando a colonização.
5. Leia:
CAPÍTULO LIV — A PÊNDULA
Saí dali a saborear o beijo. Não pude dormir; estirei-me na cama, é certo, mas foi o mesmo que nada. Ouvi as horas todas da noite. Usualmente, quando eu perdia o sono, o bater da pêndula fazia-me muito mal; esse tique-taque soturno, vagaroso e seco parecia dizer a cada golpe que eu ia ter um instante menos de vida. Imaginava então um velho diabo, sentado entre dois sacos, o da vida e o da morte, e a contá-las assim:
— Outra de menos…
— Outra de menos…
— Outra de menos…
— Outra de menos…
O mais singular é que, se o relógio parava, eu dava-lhe corda, para que ele não deixasse de bater nunca, e eu pudesse contar todos os meus instantes perdidos. Invenções há, que se transformam ou acabam; as mesmas instituições morrem; o relógio é definitivo e perpétuo. O derradeiro homem, ao despedir-se do sol frio e gasto, há de ter um relógio na algibeira, para saber a hora exata em que morre.
Naquela noite não padeci essa triste sensação de enfado, mas outra, e deleitosa. As fantasias tumultuavam-me cá dentro, vinham umas sobre outras, à semelhança de devotas que se abalroam para ver o anjo-cantor das procissões. Não ouvia os instantes perdidos, mas os minutos ganhados.
ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992 (fragmento).
O capítulo apresenta o instante em que Brás Cubas revive a sensação do beijo trocado com Virgília, casada com Lobo Neves. Nesse contexto, a metáfora do relógio desconstrói certos paradigmas românticos, porque:
a) O narrador e Virgília não têm percepção do tempo em seus encontros adúlteros.
b) Como “defunto autor”, Brás Cubas reconhece a inutilidade de tentar acompanhar o fluxo do tempo.
c) Na contagem das horas, o narrador metaforiza o desejo de triunfar e acumular riquezas.
d) O relógio representa a materialização do tempo e redireciona o comportamento idealista de Brás Cubas.
e) O narrador compara a duração do sabor do beijo à perpetuidade do relógio.
DISCIPLINA: Redação
OS LIMITES DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO
O que significa, afinal, “liberdade de expressão”, termo usado tantas vezes para dizer coisas muitas vezes diferentes? Significa que alguém pode dizer o que quer, a qualquer hora e lugar? Ou sua expressão deve ser limitada pela sociedade?
Segundo juristas, a liberdade de expressão é importante porque viabiliza outros direitos. Com ela, é possível reivindicar, protestar, criticar, avaliar relações e garantir um melhor controle social pela população.
Há vários tipos de limites, principalmente quando há colisão com outros direitos, como o de privacidade, a proteção da reputação ou o direito da criança e do adolescente. A questão complicada é saber até que ponto a liberdade de expressão contempla as manifestações que podem ofender. Isso é sempre objeto de controvérsia.
Em um primeiro olhar, a zona limite para a expressão estaria na ofensa. Mas, fosse só isso, qualquer manifestação de certezas distintas poderia facilmente ofender crenças e convicções.
Segundo Zuenir Ventura, jornalista e imortal da Academia Brasileira de Letras, “a liberdade de expressão absoluta talvez seja uma utopia: não existe nem dentro de nossa casa. Mas numa sociedade democrática, os seus limites só podem ser determinados por leis, pela Justiça, que é a instância a que se deve recorrer.”
Disponível em: <http://revistalingua.com.br/textos/112/
os-limites-da-liberdade-de-expressao-338197-1.asp>.
Acesso em: 12 maio 2015. Adaptado.
Tomando-as como ponto de partida, elabore um texto dissertativo-argumentativo em que você discuta a questão e expresse sua opinião acerca da relação entre a liberdade de expressão e os direitos individuais. Justifique sua opinião com argumentos.
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