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Universidade de Oxford não encontrou “fortes indícios” da eficácia da ivermectina contra a Covid

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou no dia 23 de junho que a Universidade de Oxford encontrou fortes indícios de que a ivermectina realmente previne ou é benéfica no tratamento da Covid-19. A afirmação é enganosa pois o estudo ainda se encontra em estágio inicial, não tendo chegado a conclusões.

Em vídeo gravado durante conversa com apoiadores, ele pergunta: “Vocês viram aí que a Oxford encontrou fortes indícios de que a ivermectina realmente previne ou, no primeiro momento, é salutar e começaram a estudar com mais profundidade a ivermectina?”.

A declaração ocorreu no mesmo dia em que a Oxford comunicou que passaria a investigar a ivermectina como parte de um ensaio randomizado, destacando que o medicamento demonstrou reduzir a replicação do Sars-CoV-2 em estudos de laboratório, ou seja, sem testes em humanos, e que estudos-piloto, em escala reduzida, mostram que a administração precoce pode reduzir a carga viral e a duração dos sintomas em alguns pacientes com casos leves.

O estudo da Oxford, entretanto, está apenas no início, e a equipe responsável afirmou ao Comprova que não possui expectativa de prazo para a publicação de resultados. Além disso, em nenhum momento o comunicado fala sobre prevenção da Covid e destaca que há poucas evidências de ensaios clínicos randomizados em grande escala para demonstrar que a ivermectina pode acelerar a recuperação da doença ou reduzir a internação hospitalar.

Além da declaração do presidente, diversas contas de apoiadores, algumas com grande alcance, incluindo a do deputado federal Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM), fizeram postagens em redes sociais ironizando as informações de que a substância não tem comprovação científica e defendendo que ela já deveria estar sendo utilizada no combate à doença.

O Comprova procurou a assessoria de comunicação da presidência e do deputado, mas nenhuma retornou. Também entrou em contato com outras três contas de apoiadores que compartilharam o vídeo, mas não houve retorno. Uma quarta não foi procurada porque, em verificação anterior, pediu para não ser mais consultada.

Em comunicado divulgado no dia 23 de junho, a Universidade de Oxford, na Inglaterra, informou que passaria a investigar a ivermectina como parte do ensaio randomizado, onde os integrantes serão escolhidos de forma aleatória.

A análise se dará no contexto do estudo Principle (sigla em inglês para Plataforma de Ensaio Randomizado de Tratamentos na Comunidade para Epidemias e Doenças Pandêmicas), conduzido nacionalmente com intuito de encontrar tratamentos para a recuperação rápida de infectados pelo coronavírus e que evitem internação hospitalar.

A publicação destaca que a ivermectina é um medicamento antiparasitário seguro e de amplo espectro, com propriedades antivirais conhecidas. Os responsáveis pelo estudo afirmam que o remédio demonstrou reduzir a replicação do Sars-CoV-2 em estudos de laboratório (pré-clínicos e sem testes em humanos) e que pequenos estudos-piloto (em pequena escala) mostram que a administração precoce pode reduzir a carga viral e a duração dos sintomas em alguns pacientes com casos leves. Não é citado nenhum estudo relacionado ao uso da ivermectina como remédio preventivo.

A divulgação não esclarece quais estudos são esses. O Comprova questionou a equipe responsável sobre isso, mas ela respondeu sem citar os estudos que neste momento não estão sendo concedidas entrevistas à mídia internacional a respeito da pesquisa com a ivermectina, que apenas começou.

O anúncio divulgado pela Oxford observa, entretanto, que embora a ivermectina seja usada rotineiramente em alguns países para o tratamento da doença, há poucas evidências de ensaios clínicos randomizados em grande escala para demonstrar que ela pode acelerar a recuperação ou reduzir a internação hospitalar.

No texto, o professor Chris Butler, do Departamento de Ciências da Saúde de Atenção Primária de Nuffield da Universidade de Oxford, investigador-chefe adjunto do estudo, afirma que o medicamento tem bom perfil de segurança e que será estudado devido aos primeiros resultados promissores em alguns estudos. “Ao incluir a ivermectina em um ensaio de grande escala como Principle esperamos gerar evidências robustas para determinar a eficácia do tratamento contra a Covid-19 e se há benefícios ou danos associados ao seu uso”, disse. Em nenhum momento são citados “fortes indícios” dessa eficácia.

Como será o estudo com a ivermectina

Os responsáveis pelo Principle explicam que os voluntários passarão por triagem por meio de questionário e, em seguida, serão aleatoriamente designados para receber um curso de três dias relacionado ao tratamento com ivermectina via oral. A partir disso, serão acompanhados por 28 dias e comparados com participantes que foram designados a receber o tratamento padrão do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido.

Entre as pessoas elegíveis para o estudo estão aquelas com idades entre 18 e 64 anos com certas condições de saúde subjacentes/falta de ar devido à doença ou com idade acima de 65 anos, estando nos primeiros 14 dias após apresentarem sintomas ou tendo recebido um teste positivo.

A ivermectina é o sétimo tratamento a ser investigado pelo Principle, que também avalia atualmente o antiviral favipiravir, utilizado no tratamento da influenza.

Em abril deste ano, a universidade relatou evidências provisórias do primeiro medicamento eficaz do Reino Unido para tratar a Covid em pacientes em casa, a budesonida inalada, mostrando que o tratamento pode reduzir o tempo de recuperação em uma média de três dias. Desde então, o medicamento foi incluído nas diretrizes clínicas para o tratamento em estágio inicial no Reino Unido, Canadá e Índia.

O estudo também já concluiu que as substâncias azitromicina e doxiciclina não são um tratamento eficaz para reduzir o tempo de recuperação ou o risco de internação hospitalar para pessoas com suspeita de Covid.

Ao Comprova, por e-mail, os responsáveis pelo Principle informaram não haver, ainda, número definido de participantes a serem recrutados para a análise da ivermectina ou um tempo definido para quando os resultados estarão disponíveis.

Eficácia do antiparasitário não foi comprovada

O anunciado pela Universidade de Oxford afirma apenas que uma pesquisa randomizada será iniciada com a ivermectina, com base em estudos de laboratório e estudos-piloto. Até o momento não há, contudo, estudo concluído que comprove a eficácia do antiparasitário para tratamento ou prevenção da Covid.

A OMS, por exemplo, recomenda o uso da substância apenas em ensaios clínicos, como é o caso aqui verificado, tendo em vista que a evidência atual sobre o uso desse medicamento para tratar pacientes com a doença é inconclusiva.

Já a Food and Drug Administration (FDA), agência de regulação dos Estados Unidos, também desaprova o uso da substância para tratar ou prevenir a Covid-19 e alerta que doses excessivas do medicamento podem causar danos. A European Medicines Agency (EMA) desaconselha o uso fora de ensaios clínicos.

No Brasil, a Anvisa já esclareceu que não existem estudos conclusivos que comprovem o uso desse medicamento para o tratamento, mas destacou que não existem estudos que refutem o uso: “Nesse sentido, as indicações aprovadas para a ivermectina são aquelas constantes da bula do medicamento”, diz. Apesar deste posicionamento, acrescenta que “o uso do medicamento para indicações não previstas na bula é de escolha e responsabilidade do médico prescritor”.

O laboratório Merck, fabricante da ivermectina nos Estados Unidos, afirmou em fevereiro de 2021 que os cientistas da empresa examinam cuidadosamente todos os estudos disponíveis e emergentes de ivermectina para o tratamento da doença para evidências de eficácia e segurança, mas ainda não foi identificada base científica para um efeito terapêutico potencial contra a Covid de estudos pré-clínicos.

Como reiterado frequentemente pelo Comprova, não há, até o momento, estudos que comprovem a eficácia ou segurança do uso de medicamentos associados ao “tratamento precoce” para o combate à Covid. Os órgãos se baseiam em estudos grandes, bem desenhados e publicados em revistas científicas respeitadas.

Fonte: O Povo

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