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Surto de raiva motivou motorista a incendiar próprio carro em Fortaleza

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Um surto de raiva foi a motivação do motorista que ateou fogo no próprio veículo na Avenida Godofredo Maciel, na noite desta quarta-feira (14), no bairro Maraponga, em Fortaleza.

Segundo a esposa do condutor, que não quis se identificar, desde que o casal comprou o veículo, em setembro do ano passado, ele apresentava problemas constantes, demando muitos gastos e causando frustração no proprietário.

A companheira relatou à reportagem que o homem faz tratamento para transtorno bipolar e, na noite de quarta-feira, a deixou na faculdade e, durante o trajeto, afirmou que “daria um fim” no veículo, mas que ela não imaginava que ele tomaria uma medida tão drástica.

Após a esposa desembarcar, o motorista se dirigiu até o cruzamento da Rua Francisco Glicério com a Avenida Godofredo, parou o carro, abriu as portas do automóvel, ateou fogo nele e foi embora do local.

Testemunhas relataram que ele havia comprado gasolina e abastecido o automóvel em um posto de combustíveis antes do incêndio.

A companheira ainda disse que o condutor chegou a machucar o joelho ao cair na via após o episódio. Ele foi levado para casa por familiares, e segue sob efeito de medicamentos.

O veículo não possuía seguro e parentes, aconselhados pela Polícia, pagaram um reboque para retirar a carcaça do carro da via pública.

INCENDIAR O PRÓPRIO VEÍCULO É CRIME?

A Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) esclareceu que o ato de atear fogo no próprio automóvel não se configura como infração de trânsito. O órgão realizou uma vistoria e constatou que o carro estava em local permitido.

A AMC informou que deve notificar o proprietário para que ele mesmo faça a retirada do objeto. Porém, se após cinco dias do recebimento da notificação ele não o remover, o próprio órgão fará o procedimento.

O QUE É TRANSTORNO BIPOLAR?

Conforme o Ministério da Saúde, transtorno afetivo bipolar (TAB) é um transtorno de humor caracterizado pela alternância de episódios de depressão, mania ou hipomania. É uma doença crônica que pode resultar em prejuízo significativo e impactar negativamente na qualidade de vida dos portadores.

A síndrome maníaca é um componente fundamental para o diagnóstico. As principais características são: exaltação do humor, aceleração do pensamento com fuga de ideias e aumento da atividade motora. Características associadas a essas são: aumento de energia (com diminuição da necessidade de sono), pressão de fala e taquilalia, irritabilidade, paranoia, hipersexualidade e impulsividade.

A intensidade, o tipo e a cronicidade dos sintomas determinam a subdivisão do diagnóstico entre mania ou hipomania.

A patologia é a quarta maior causa de prejuízo funcional entre os transtornos neuropsiquiátricos, superada apenas por depressões unipolares, transtornos associados ao uso de álcool e a esquizofrenia. Ela também é responsável por 7% do total de anos de vida perdidos ajustados por incapacidades relacionadas a doenças neuropsiquiátricas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Transtorno Afetivo Bipolar, pessoas portadoras do TAB possuem um risco consideravelmente aumentado de suicídio, sendo de 15 a 20 vezes maior do que aquele da população geral, sendo que de 25% a 60% dos pacientes tentam suicídio pelo menos uma vez na vida, e de 4% a 19% morrem por suicídio.

O tratamento de manutenção a longo prazo reduz o risco de suicídio nesses pacientes, o que também justifica a importância do tratamento.

Fonte: Diário do Nordeste

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