Iguatu

Situação da saúde em Iguatu levanta questões sobre prioridades públicas

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A situação da saúde em Iguatu, especificamente no que diz respeito às cirurgias eletivas, levanta questões sobre os interesses públicos e a prestação de serviços à comunidade. Recentemente, a controvérsia emergiu quando cirurgias eletivas foram direcionadas para um hospital privado ligado à família de um deputado estadual, em vez de serem realizadas no Hospital Regional, que necessita urgentemente de recursos.

Desde fevereiro de 2023, o Ceará registrou a realização de 38 mil cirurgias eletivas, conforme dados do governo divulgados em setembro de 2023. Embora tenham sido investidos significativos R$ 170 milhões em vários hospitais em todo o estado, a situação em Iguatu permanece sem solução. Enquanto um hospital privado é creditado com os méritos e os lucros das cirurgias, a população arca com os custos de planos privados, revelando uma discrepância alarmante entre aquilo que deveria ser ofertado de graça e a necessodade de pagar para poder ter saúde.

Em contraste, nos últimos sete anos, o Hospital Regional de Iguatu recebeu pouca atenção política. Emendas parlamentares destinadas ao hospital foram escassas, exacerbando os desafios financeiros da instituição. As últimas que vieram e que colocaram salários do Regional em dia foram em dezembro, através do deputado Danilo Forte e Yuri do Paredão, ironicamente os deputados menos votados em Iguatu e que apoiavam a gestão do interino Ronald Bezerra. De lá para cá, recomeçou o problema dos atrasos, pois é necessária a estadualização do HRI, proposta essa defendida pelo empresário e pré-candidato Sá Vilarouca e pelo diretor da Policlínica Marcondes Ferraz que também é prefeito de Saboeiro.

Os problemas do Hospital Regional remontam a outubro de 2015, quando a gestão dos Camilianos foi encerrada devido a desavenças políticas e financeiras. Uma das prováveis razões para o cancelamento do contrato seria o fato de que os Camilianos não aceitavam interferência política na gestão do hospital. Desde então, a dívida do hospital cresceu,  supostamente atingindo a marca de R$ 23 milhões, com uma parcela significativa originada em gestões anteriores.

A solução para a crise parece ser a estadualização do Hospital Regional, uma medida que exige apoio político e uma genuína preocupação com o bem-estar da comunidade. Enquanto isso não ocorre, a população de Iguatu, carente de recursos, é forçada a recorrer ao sistema privado de saúde, evidenciando uma lacuna no atendimento às necessidades públicas.

A questão da saúde em Iguatu é um reflexo das prioridades e desafios enfrentados pelo sistema de saúde pública pública local. A resolução desses problemas requer um compromisso coletivo com a transparência, a eficiência e, acima de tudo, o bem-estar da população.

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