Sem público, com emoção: Ceará e Fortaleza tentam se manter em alta em duelo pelo Brasileirão

Clássico-Rei de hoje à noite no Castelão tem potencial para chamar atenção de mais gente que as gigantes torcidas de Ceará e Fortaleza. Jogo mais cedo da 7ª rodada da Série A, às 19 horas — o que já o faz se destacar dos demais —, o duelo conta com dois times em ascensão na tabela, nomes em alta e jovens despontando, além de todo a carga emocional que um dérbi possui. De atípico, só a falta de torcida nas arquibancadas, já que, em razão da pandemia do novo coronavírus, a partida será realizada com portões fechados.

O momento de Vovô e Leão gera expectativa para o quarto duelos entre eles na temporada. O Alvinegro vem de três vitórias consecutivas, que resultaram na saída da zona de rebaixamento e o impulsionaram para a 11ª colocação. Já o Tricolor não perde há quatro jogos e está em 7º na mesma tabela. Os dois podem alcançar o G-6 com mais três pontos.

Os técnicos Guto Ferreira e Rogério Ceni têm poucos problemas para escalar as equipes.

O primeiro, do Ceará, só não pode contar com Lima, suspenso, e Rodrigão, lesionado, mas deve recolocar Luiz Otávio entre os titulares. O zagueiro foi poupado da partida passada, contra o Atlético-GO.

Já o comandante tricolor ainda pode não contar com Jackson e Tinga, que saíram lesionados diante do RB Bragantino-SP, no sábado, e tiveram pouco tempo para recuperação. O colombiano Juan Quintero, que terminou a partida passada no ataque devido a cãibras, está bem e deve ser titular. O volante Juninho, que cumpriu suspensão, deve voltar a fazer dupla com Felipe no time que inicia a partida.

Fora as situações citadas anteriormente, Vovô e Leão não devem preparar surpresas na escalação. Até porque boa parte dos jogadores vive bom momento. A começar pelos goleiros, Fernando Prass — apesar de ter falhado contra o Vitória-BA, na Copa do Brasil — e Felipe Alves se mostram seguros no gol. Jogadores como Charles, Fernando Sobral e Cléber vêm chamando atenção pelo Alvinegro, assim como o artilheiro Vina. No Tricolor, vivem bom momento Paulão, Felipe e o veterano Wellington Paulista, que é o goleador do time. Todos devem começar a partida de hoje à noite.

A história recente do Clássico-Rei está equilibrada. Nos três jogos realizado nesta temporada, ninguém tem vantagem. Um empate e uma vitória para cada lado. Guto Ferreira e Rogério Ceni também têm uma vitória cada nesses duelos. Dessa vez, no entanto, apesar de toda a importância do jogo uma eventual derrota não deve causar turbulência, já que os treinadores não chegam pressionados. Assim, abre-se margem para maior ousadia deles. Além disso, a temporada reserva pelos menos mais três Clássicos-Rei — um no segundo turno do Brasileirão e os dois das finais do Campeonato Cearense.

Em termos de preparação, o Ceará teve apenas um treino antes de encarar o maior rival, já que jogou fora no último domingo e encarou viagem de retorno. Nada que o clube possa usar como escudo, segundo Luiz Otávio.

“Para jogar clássico a gente não pode ter desculpa de cansaço. Clássico é jogo de superação, é jogo de raça, vontade, entrega, comprometimento. E esse grupo tem mostrado isso, não é a toa que a gente tem chegado (forte) nas competições que temos disputado. A gente tem de superar todas as nossas dificuldades”, reforça.

De fato, um clássico é um jogo diferente, uma vez que os adversários se conhecem muito bem. Nesse caso, montar uma estratégia para jogar o Clássico-Rei não é tão simples. Por isso, os treinadores costumam segurar o máximo de informações possíveis até a hora de a bola rolar, de forma a surpreender o time que do outro lado.

“São duas equipes que se conhecem muito bem, a gente se enfrenta no decorrer do ano diversas vezes e dentro das características individuais de cada jogador, a gente sabe muito bem como é que funciona. A gente tem nossa metodologia de jogo e vai com força total para fazer um grande jogo. Pontuar no Campeonato Brasileiro diante de um clássico é muito mais importante pra gente”, disse o goleiro do Fortaleza, Felipe Alves.

Fonte: O Povo