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Saúde e neurofarmacologia: Mais uma pro balaio de dezembro: prevenção – e outras coisas – contra a AIDS!

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Amigos, chegou um dos meses mais esperados do ano e com ele… 13° salário, confraternizações, Natal, réveillon, itens que estão presentes numa cesta recheada de coisa boa. Ainda vemos nas nossas redes sociais nas transições dos meses mais desejo de alegria quando postamos principalmente mensagens do tipo “que o mês que chega venha com alegria, SAÚDE e muitas bênçãos” poderíamos, então, incluir também que DEZEMBRO pudesse chegar com conhecimento, exames, prevenção, pois nesse mês temos uma data bastante forte a ser comemorada no universo da saúde – 1° de Dezembro é o Dia Mundial da Luta do Combate contra a AIDS.

Essa luta é diária, contínua e recente pensando no advento da doença nos anos 80. Há algum tempo, a população pode olhar para trás com algum orgulho, já que o avanço do diagnóstico, das novas descobertas de tratamento minimizaram muitos dissabores dos pacientes mas ainda é necessário olhar para a frente com determinação e comprometimento para alcançar o objetivo de acabar com a epidemia de AIDS.

A AIDS embora com toda a mídia imposta sobre ela, com toda a tecnologia que se faz necessária nas suas fases, ainda é estigma na sociedade. AINDA! #MeExplicaMaisLuiz
Vamos lá, amigos! A data de 1° de dezembro surgiu para além de alertar o mundo que AIDS não para de aumentar, surgiu também para informar as pessoas sobre os sintomas, perigos e formas de se prevenir da doença. A sigla AIDS vem do inglês Acquired immunodeficience syndrome, que em português significa “Síndrome da Imunodeficiência Adquirida”. O vírus da AIDS (HIV) destrói as células brancas do organismo, responsáveis em proteger e combater doenças no corpo humano. Com a destruição das defesas – vamos lembrar que aqui a gente pode falar também de imunidade – do organismo, o corpo fica bastante fragilizado e propício a ser atacado por inúmeras doenças, como pneumonias, infecções, herpes e até mesmo outros tipos de câncer.

O Dia Mundial de Luta contra a AIDS também tem a função de auxiliar no combate contra o preconceito que os portadores de HIV sofrem na sociedade por causa da doença. Como exemplo do preconceito institucionalizado no país, em 2011, o Ministério da Educação anunciou o lançamento o kit anti-homofobia, desenvolvido pela organização não governamental Ecos com o objetivo de abrir o diálogo sobre o homossexualidade em turmas de ensino médio de 6.000 escolas do país. Atacado pela Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional e outros membros conservadores, o kit, composto por uma cartilha e três vídeos, foi vetado pela presidente Dilma Roussef. A censura a essa iniciativa do Ministério da Educação impediu que informações importantes de prevenção e segurança chegassem a jovens em plena descoberta sexual, funcionando como desserviço à saúde e à tolerância, por ter como argumento o não incentivo a práticas homossexuais e, mais do que isso, o não incentivo ao diálogo sobre sexo em geral nas escolas.

Consideramos que além da doença biológica, a AIDS também é uma doença social e que precisamos urgentemente nos informar ainda mais – ou iniciar mesmo – para convivermos com o outro nas suas alegrias e nas suas intempéries. A título de informação a lei 12.984/2014 que tramitou por 11 anos – apenas 11 anos – na Câmara e no Senado e prevê quatro anos de prisão para quem discriminar portadores do HIV. De acordo com a lei, será crime impedir ou dificultar a inscrição de soropositivos em instituições de ensino, assim como demitir ou exonerar de cargos ou isolar trabalhadores em razão da doença.

Então – voltando ao lado científico – com outra hashtag bem aqui #MeExplicaMaisLuiz… a AIDS pode ser transmitida através do contato de fluidos corporais do infectado com o sangue de uma pessoa saudável, por meio de relações sexuais sem preservativo (camisinha), transfusões de sangue ou compartilhamento de seringas e agulhas. MUITA ATENÇÃO: beijos de língua, abraços ou contatos com a pele da pessoa portadora de HIV não transmite a doença!
– Luiz, não se me prevenir! O que eu faço? #MeExplicaBEMLuiz
– Amigo, a principal forma de prevenção da AIDS, é bem simples, usar a camisinha em todas as relações sexuais. E não tem do que se queixar, o preservativo masculino ou feminino pode ser comprado em supermercados, farmácias e drogarias, mas também são distribuídos gratuitamente nos postos de saúde e nas campanhas de prevenção da AIDS realizadas pelo governo. E ainda existem outras formas também importantes de prevenção contra a AIDS, como: utilizar seringas e agulhas descartáveis; usar luvas para manipular feridas ou líquidos corporais; seguir o tratamento da AIDS durante a gravidez para evitar a contaminação do bebê; não amamentar o bebê em caso de AIDS. Podemos nos prevenir MESMO!

Houve progressos na luta contra a doença. Mais pessoas estão sendo tratadas. Desde 2010, o número de crianças infectadas pela transmissão de mãe para filho diminuiu à metade. A cada ano menos pessoas morrem de doenças relacionadas à AIDS. E as pessoas que têm o vírus HIV vivem mais. Enquanto vou encerrando aqui, amigos, para completar a coluna, faz-se um pedido a todos: vamos nos comprometer a cada instante, juntos, a alcançar nossa visão de um mundo livre da AIDS. É possível!

*Esta coluna é escrita pelo neurofarmacêutico Luiz Paulo Ferino*

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