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Reflexo do desemprego e informalidade, número de beneficiários do Auxílio Brasil supera o de empregos formais em 12 estados

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O número de beneficiários do programa Auxílio Brasil é maior que o de empregos com carteira assinada em 12 dos 27 estados da Federação. Os dados são de estudo recente do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) em parceria com o site Poder360.

Os resultados mostram que há prevalência do Auxílio Brasil no Norte e no Nordeste do país, nos estados do Maranhão, Bahia, Pará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Ceará, Sergipe, Amazonas, Amapá e Acre. O Rio Grande do Norte é o único nordestino que registra mais empregos formais com carteira assinada do que beneficiários do Auxílio Brasil – mas a diferença é mínima: 437.717 potiguares recebem o benefício e há 438.871 empregos formais no estado.

Em entrevista à Rádio Brasil Atual, o supervisor do Dieese em São Paulo, Vitor Pagani, afirma que os dados são reflexo do desemprego elevado e da alta taxa de informalidade. O número de informais chegou a 25,9 milhões no 4º trimestre de 2021. “Isso está relacionado à ampliação do Auxílio Brasil e à deterioração do mercado de trabalho brasileiro. A retomada das ocupações ocorre no meio informal, somado aos trabalhadores que se tornam autônomos”, afirmou ele, em entrevista ao jornalista Glauco Faria.

Auxílio Brasil e renda
Ainda de acordo com o levantamento, antes da pandemia, eram oito estados com mais benefícios do que empregos formais. Ao considerar o Brasil inteiro, houve aumento na proporção de benefícios em relação ao emprego formal. Em fevereiro de 2022, eram 18 milhões de beneficiários do Auxílio Brasil e 41 milhões de empregados com carteira de trabalho. O número de benefíciários chegou ao inédito patamar de 44% dos empregos formais com carteira.

Pagani explica que, com o avanço da vacinação, houve a retomada da criação de postos de trabalho, mas com a remuneração muito abaixo do ideal. “O rendimento médio está caindo, impossibilitando o crescimento da atividade econômica. Isso é consequência da atual incapacidade do Estado de planejar o desenvolvimento nacional”, criticou o especialista do Dieese.

Segundo ele, a alta taxa de inflação e de juros também prejudica os trabalhadores. O supervisor do Dieese acrescenta também que o governo tem aplicado medidas insuficientes para reaquecer o mercado. “O governo anunciou o pacote eleitoreiro, prevendo a liberação de recursos do FGTS, antecipando o pagamento 13º do INSS, entre outras medidas. Isso dá um respiro insuficiente para a economia do país. Além, claro, dessa política de liberação do fundo de garantia ser um problema, pois desconsidera o objetivo do próprio fundo, e também será comido pela inflação que limita o poder de compra”, finalizou.

Fonte: Brasil 247

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