Ceará
“Quando acordei, já estava transplantada”, afirma cearense que recebeu fígado doado de outro Estado

Acordar e ter sido transplantada sem nem saber que precisava do procedimento cirúrgico. Essa foi a realidade da doméstica Elizandra Barbosa, de 40 anos, residente no município de Ibiapina, na Serra da Ibiapaba. Os quatro dias de coma induzido da cearense foram suficientes para transferi-la para Fortaleza e encontrar o órgão de um doador, que veio de outro estado.
Em março de 2019, Elizandra começou a sentir fortes dores na barriga. Apenas em junho, porém, ela procurou ajuda médica em Sobral, na Região Norte do Ceará. “Eu sentia muitas dores, mas não sabia o que era, não fazia ideia de que era algo relacionado ao fígado”, afirma a doméstica.
No dia 18 de junho, a situação ficou mais crítica. Elizandra entrou em coma induzido por conta de uma hepatite aguda, e precisava do transplante. Foi quando a doméstica teve como destino o Hospital Geral de Fortaleza (HGF), na capital cearense. No dia 22 do mesmo mês, a cirurgia para o transplante foi feita, e ela só soube quando acordou. “Ele (o enfermeiro) chegou para mim e explicou tudo. Falou que eu tinha sido transplantada, que o órgão tinha vindo de Petrolina, no Pernambuco, e que estava em perfeito estado”, afirma.
O novo fígado de Elizandra percorreu um caminho pelos céus que não é novidade no Ceará. De janeiro a agosto de 2019, segundo o Ministério da Saúde, 18 voos tiveram o estado como destino de órgãos, tecidos, materiais e equipes médicas para a realização de transplantes, enquanto 41 saíram do Ceará para outros estados com o mesmo intuito. Entre os anos de 2017 e 2019, 166 voos partiram do Ceará, com 77 pousando no estado, de acordo com a pasta.
A coordenadora da Central de Transplantes do Ceará, Eliana Régia, explica o funcionamento destes transportes, onde há uma lista de ordem para os estados que receberão os itens para transplantes. “Quando há um órgão disponível, a prioridade é do estado de origem. Se, por algum motivo, não houver um receptor compatível com o órgão doado, deve-se comunicar à Central Nacional de Transplantes (CNT), que vai repassar a outros estados”, afirma.
A ordem segue um critério de viabilidade. Os primeiros estados procurados para receber os órgãos e tecidos são os da mesma região do local de origem. Caso não haja receptor compatível, a lista vai para locais mais distantes da origem da doação. Por conta disso, segundo Eliana Régia, os órgãos e tecidos que vêm para o Ceará, em grande parte, são de estados nordestinos. Vale ressaltar que, em caso de urgência, o transporte é tratado como prioritário em qualquer estado.
Após o procedimento
Elizandra afirma que mais dois procedimentos cirúrgicos foram necessários após o transplante. Segundo ela, o médico confirmou que esses tipos de cirurgia são comuns em casos de recém-transplantados. “Eu já tinha o problema na via biliar (onde fez a cirurgia pós-transplante), mas não sei se eu teria que operar, o médico disse que era comum depois (do procedimento)”, reforça.
Mesmo com a necessidade das cirurgias, a doméstica afirma que o pós-operatório não teve grandes complicações. No dia 22 de outubro, exatos quatro meses depois do transplante, ela voltou para casa em Ibiapina, na esperança de que vai conseguir voltar à rotina e exercer sua profissão. “Eles (médicos) sempre falam que a vida da gente vai voltar ao normal, eu espero que dê tudo certo. Acho que vou conseguir”, diz.
Doação de órgãos
O Ceará é referência nacional no quesito de doações efetivas, ou seja, aquelas que resultam em um transplante bem sucedido. De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (Sesa), o estado ocupa a 4ª colocação no ranking nacional, além da 1ª em relação ao Nordeste. São 1.271 procedimentos cirúrgicos até o último dia 30 de outubro, com destaque para os procedimentos feitos com rins, que alcançam a marca de 219 no ano; e de fígado, com 173 processos.
Somando os três últimos anos, o estado zerou a fila de transplante de córnea, assim como os estados de Pernambuco e Paraná. No Brasil, 6,7 mil itens foram transportados por aeronaves em 2018, entre órgãos, tecidos, materiais e equipes médicas. Os dados são do Ministério da Saúde.
Fonte: G1 CE
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