Ceará
Projeto de terapia celular do Hemoce propõe tratamento mais barato contra cânceres hematológicos

Um projeto de terapia celular inovador no Brasil vem sendo desenvolvido, há mais de três anos, no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce). O objetivo é disponibilizar uma alternativa eficaz e mais barata de tratamento contra cânceres hematológicos como linfomas, mielomas múltiplos e leucemias. O tratamento, conhecido como terapia celular Car-T Cell (acrônimo em inglês para receptor de antígeno quimérico), é direcionado a pacientes – adultos ou crianças – com câncer refratário. Ou seja, que não respondem à quimioterapia ou ao transplante de medula óssea.
Embora, na prática, siga procedimentos semelhantes ao de um transplante de medula óssea convencional, o tratamento tem suas particularidades. Na terapia celular Car-T Cell, as células de defesa do próprio paciente são extraídas, reprogramadas em laboratório e reinfundidas para combaterem o tumor. “É como se você instruísse uma célula para que ela destrua as células malignas”, resume o coordenador do Centro de Processamento Celular do Hemoce e chefe do setor de hematologia e transplante do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), Fernando Barroso.
Mais barata
Segundo ele, o tratamento tende a ser mais barato porque vai adotar o chamado Car-T Cell manufaturado. Ao contrário dos Car-T Cells convencionais, que podem “atingir cifras milionárias”, esse método de terapia celular é automatizado. Na prática, isso torna o tratamento mais rápido e, por consequência, menos oneroso. “A técnica (do Car-T Cell manufaturado) evita que o indivíduo precise dessa terapêutica (convencional) tão cara e o uso de medicamentos caríssimos que podem, na verdade, não resolver o problema”, explica o especialista, ressaltando que apenas parte do processo será automatizada.
“A primeira parte, a infusão das células e o pós-infusão ainda ‘bebem água’ no processo de medula óssea”, afirma Fernando Barroso.
Do SUS para o SUS
Embora ainda pouco difundida no Brasil, a terapia celular Car-T Cell já é bem estabelecida na Europa e nos Estados Unidos. O Ceará pode se tornar pioneiro no uso da técnica no Norte e Nordeste do País. A ideia, conforme Barroso, é que a terapia celular seja iniciada e se mantenha no Sistema Único de Saúde (SUS), como uma opção mais economicamente viável. “Esse projeto é muito grande e não tem no SUS de jeito nenhum. É uma técnica que estamos montando para atender pacientes do SUS. O tratamento vai começar e terminar lá”.
Diretora geral do Hemoce, Luciana Carlos conta que o Centro já vem trabalhando para oferecer, em um futuro breve, o tratamento no sistema público de saúde do Ceará. Antes disso, vários critérios – não especificados por ela – ainda devem ser observados. “Quando você faz um procedimento de uma forma mais padronizada, isso pode vir a ter um impacto, com a redução de custos de uma forma geral. Principalmente, para o sistema de saúde”, justifica Luciana.
O projeto é desenvolvido pelo Hemoce e conta com o apoio da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) e parceria do HUWC. As duas unidades de saúde vão, inicialmente, ser os pontos de partida de operacionalização do projeto. O Hemoce vai continuar atuando como o centro coletador e de preparação das células, enquanto que o HUWC realizará a infusão das mesmas, durante o transplante.
Estruturação
O projeto de Car-T Cells do Hemoce ainda segue em fase de estruturação. A expectativa é que os equipamentos necessários ao desenvolvimento da pesquisa, que são importados, cheguem ao Ceará até o fim de 2021. Devido à pandemia de Covid-19, houve atraso na entrega. Só a partir disso, poderá ser iniciada a tão aguardada etapa operacional.
Por abordar uma técnica muito nova e por ainda estar em andamento, a pesquisa não tem definidos onde, quais ou quantos pacientes poderão ser submetidos ao novo tratamento. Mesmo após a finalização dos estudos, há protocolos a seguir, ressalta Luciana.
“Esse tratamento é quase como se fosse individualizado, pois vai depender do tipo de tumor e da situação clínica do paciente. Por isso, ainda vamos desenvolver protocolos de utilização”, afirma a diretora do Hemoce.
Logo, as pessoas não serão simplesmente escolhidas para serem submetidas ao tratamento. Mas identificadas como pacientes que, mediante o quadro clínico, poderão ser, de fato, beneficiadas com a terapia celular.
Leucemia: Ceará tem 3ª maior estimativa de novos casos no Nordeste
O Ceará é o terceiro Estado do Nordeste em quantitativo anual estimado de novos casos de leucemias projetados pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca). Para cada ano do triênio 2020/2022, são estimados 470 novos casos de leucemia no Estado, sendo 270 em homens e 200 em mulheres. Em todo o triênio, portanto, o total de casos chega a 1.410. O Ceará fica atrás apenas da Bahia, com 540 casos anuais estimados; e de Pernambuco, 480. Enquanto Sergipe tem o menor número: 100 casos.
Segundo o Inca, há mais de 12 tipos de leucemia. Os quatro tipos primários são leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia mieloide crônica (LMC), leucemia linfocítica aguda (LLA) e leucemia linfocítica crônica (CLL). O tratamento varia de caso para caso.
Fonte: Diário do Nordeste
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