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Precisamos falar de Marcelo (e Mirian) Sobreira. Por Jan Messias

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Em se tratando do cenário político de Iguatu, mesmo um observador míope não tem dificuldade em perceber que os principais atores locais ainda são capitaneados por Agenor Neto em um lado e Marcelo Sobreira de outro.
Nenhum dos dois é novato na política, mas Marcelo conta mais tempo, tendo dividido palanques com José Ilo Dantas e com o próprio Agenor Neto.
Após a saída da prefeitura de Iguatu com a popularidade em baixa e do cargo de deputado, Marcelo passou o bastão para a esposa, Mirian Sobreira, mulher de carisma, mas ainda com a imagem totalmente atrelada à sua. A prática não é nova nem inovadora, sendo mais uma lembrança de que nossa política ainda não mudou nem de estilo nem de sobrenome.
Se a personalidade política de Aderilo Alcântara, por sua história, sobrevive sem Agenor Neto, não podemos dizer o mesmo de Mirian sem Marcelo, que tem a imagem totalmente ligada à do marido. E se o carisma político de Agenor agrega votos a Aderilo e sua impopularidade também reflete na do atual prefeito, no caso de Mirian a impopularidade de Marcelo parece impactar de forma ainda mais aguda.
No tocante à condução política do maior grupo de oposição da cidade, os erros e omissões são graves e destes, talvez o mais gritante aconteceu com a troca do cargo de deputada na assembléia legislativa por uma secretaria.
As razões nem precisam ser explicitadas, mas a falta de ações e projetos de peso para a cidade usando essas secretarias é o mais gritante, demonstrando pouca presença ou peso político na esfera estadual.
Enquanto Agenor usa o poder político para conseguir mais mídia e popularidade a tudo o que faz, Marcelo não usa a evidência que uma secretaria daria para conseguir mais apoio popular. Desse modo a figura de Mirian não consegue aparecer e conquistar mais simpatia ou votos.
Na verdade, o que se nota, é o crescimento de uma oposição não tanto por acertos próprios, mas por erros alheios e impopularidade de Aderilo e Agenor.
Winston Churchill, grande estadista britânico, afirmou que a diferença entre a política e a guerra é que na guerra se morre apenas uma vez. Para Marcelo, parece que novamente as urnas irão confirmar a máxima do ex-primeiro-ministro.
Na última eleição, surfando na popularidade de Agenor Neto, Aderilo conseguiu cravar mais de 10.000 votos de diferença e apesar das mudanças na economia e na conjuntura política, a balança ainda pesa para o lado da situação, fato que não surpreende, dado o exposto. Mudaram as estações, passaram as eleições, mas o ‘modus operandi’ da oposição não mudou ( ou mudou minimamente ). Loucura é querer resultados diferentes fazendo tudo igual, já diz um ditado popular.
Diante disso, a população, termo menos citado nesse texto, segue tendo que escolher entre opções que não parecem ser o que se espera, mas apenas o que se tem à disposição.
No fim das contas, nesse duelo político de Iguatu, quem ganha pode até mudar de vez em quando, mas quem perde mesmo e sempre é o povo, que vira plateia para desse teatro barato.
*Jan Messias é professor, radialista por ofício e acompanha a política local para o jornalismo da Rádio Mais FM Educativa.

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