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Planalto começa a investigar caso Wikipedia nesta terça (12)

A comissão de sindicância terá 30 dias para descobrir o autor das modificações dos perfis

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A comissão de sindicância terá 30 dias para descobrir o autor das modificações dos perfis

(Foto:Divulgação)

A comissão de sindicância criada por ordem da presidente Dilma Rousseff começará a investigar as alterações feitas em perfis de jornalistas e políticos na Wikipédia, enciclopédia virtual cujos textos podem ser editados de forma anônima, nesta terça-feira (12). Ela terá um prazo de 30 dias para concluir quem foi o autor das modificações.

O presidente do colegiado será o secretário-executivo da Casa Civil, Valdir Simão. Além dele, a comissão terá outros três membros titulares: Renato Martini, do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, Maurício Marques, da Secretaria de Administração da Secretaria-Geral da Presidência, e Márcio Lopes, assessor especial do Ministério da Justiça. Técnicos do Planalto e da Polícia Federal ajudarão nas investigações.

A portaria com detalhes sobre a comissão e a nomeação de seus integrantes será publicada nesta terça-feira no Diário Oficial da União.

A Secretaria-Geral chegou a informar na última sexta-feira (8), que seria aberto um procedimento apuratório para averiguação do caso mas diante da ordem dada por Dilma, o procedimento foi cancelado.

Reportagem de “O Globo” da última sexta (8), mostrou que o endereço de IP 200.181.15.10, da Presidência, realizou mudanças nos perfis dos jornalistas Míriam Leitão, colunista de “O Globo”, e de Carlos Alberto Sardenberg, da CBN e Rede Globo, em maio do ano passado com o objetivo de criticá-los.

Alterações em páginas de políticos também foram feitas no período.

O IP foi usado para associar Míriam Leitão ao banqueiro Daniel Dantas, afirmando que a colunista teria feito “a mais corajosa e apaixonada defesa” dele, e para desqualificar suas análises econômicas.

Já em relação a Carlos Alberto Sardenberg, a rede do governo incluiu comentários para atacar o jornalista pelo fato de ele ser irmão do diretor da Febraban (Federação Brasileira dos Brancos), Rubens Sardenberg. “A relação familiar denota um conflito de interesse em sua posição como colunista econômico”, escreveram.

No mesmo dia, a assessoria de imprensa da Presidência chegou a divulgar uma nota em que dizia ser “tecnicamente impossível” identificar o autor das modificações porque não há mais registros dos acessos feitos no período.

No final de julho, a Folha revelou que esse mesmo endereço de IP foi usado para incluir elogios na página sobre o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo paulista. A página do vice-presidente, Michel Temer (PMDB), também foi alterada, com a retirada de informações.

Em resposta à reportagem da Folha de S.Paulo, na época, a Presidência disse não ser possível identificar o autor, uma vez que o IP identificado trata-se de um servidor proxy, ou seja, que atende a vários computadores ao mesmo tempo -posição reafirmada inicialmente ao “Globo”. Entretanto, especialistas em telecomunicações consultados afirmam que seria possível identificar o autor caso os registros de conexão ainda estivessem guardados.

Até julho deste ano, tais informações eram armazenadas apenas durante seis meses por limitações técnicas, segundo a primeira nota emitida pelo Planalto, o Marco Civil da Internet, em vigor desde 23 de junho, determina que esses registros sejam conservados por um ano. Em julho, para se adequar à norma, a Presidência expandiu a capacidade técnica.

 

Fonte: Diário do Nordeste

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