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Operário, Fortaleza sai da desconfiança e pode inverter lógica dos anos anteriores

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Sem medalhões, com vitórias magras e suadas, Fortaleza sofreu, mas cresceu na hora certa e tem situação mais favorável que nos anos anteriores. Como explicar isso?

Operário. Talvez esta seja a palavra para definir o Fortaleza de 2017 e analisar a chegada do atual elenco a mais uma decisão em mata-mata de Série C. O que este time tem de diferente dos demais para estar em situação ligeiramente mais confortável que nas últimas edições? O que o Tricolor fez de alternativo? Com um elenco mais limitado em relação aos anos anteriores, por vezes até questionado, como explicar essa vantagem?

Há quem diga que o elenco, hoje, pela primeira vez, pode ser classificado como um “time de Série C”. Não há medalhões. Não há jogo fácil. Não há vitória tranquila. Nas últimas seis rodadas da fase de grupos, venceu apenas a última e ainda assim seguiu vivo no G-4 para avançar ao mata-mata, classificando-se apenas no último jogo. Diferente, por exemplo, de 2012, 2014, 2015 e 2016, quando avançou sempre em primeiro do grupo, antecipadamente, com folga. E ainda assim ficou pelo caminho.
Não que se diga que avançar em primeiro é ruim. Mas hoje, calejado, o Fortaleza talvez precisasse enfrentar desafios maiores, errar e sofrer enquanto podia para, na “hora H”, crescer de produção.

No começo do ano, as eliminações precoces no Cearense, na Copa do Brasil e na Copa do Nordeste machucaram o torcedor. O sofrimento antecipou-se à Série C, que começou até bem, mas a instabilidade do Tricolor preocupava. Sequências negativas, vitórias magras e suadas credenciavam o Fortaleza a ser um time que atuaria sob desconfiança. E assim foi feito. E assim o Leão chegou à iminência do acesso. Mas ainda falta um degrau.

Hoje o elenco é “copeiro”. Não há atletas de grande nome, conhecidos nacionalmente. Se já houve Corrêa, Marcelinho Paraíba, Ricardo Berna, Robert, jogadores com rodagem e nome já escrito no cenário nacional, hoje há operários como Adalberto, Rodrigo Mancha, Marcelo Boeck, Edimar, Leandro Lima, Everton. Sem esquecer da liderança de Zago, que soube unir e dar coesão ao time que busca redenção depois de oito anos. Um entendimento entre diretoria em comando técnico, que se unem através do diálogo.

Um time cascudo. Que não encanta. Não faz os olhos do torcedor brilharem. Mas que mostrou poder de recuperação quando mais precisava. Um elenco que vem numa crescente na hora certa. Até porque se nos anos anteriores a tempestade aparecia depois da calmaria, talvez em 2017 aconteça o contrário.

Fonte: Globo Esporte

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