Ceará
Óleo nas praias: Ibama notificará municípios do litoral do Ceará
O surgimento de manchas oleosas no Ceará e em várias praias do Nordeste está mobilizando órgãos ambientais e de proteção da zona marítima. Hoje (25), todos os municípios localizados no litoral cearense serão notificados sobre como proceder em relação ao problema, de acordo com Muller Holanda, chefe da Divisão Técnico-Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Ceará. Até agora, pelo menos dez praias cearenses foram atingidas.
Os prejuízos à vida marinha já são visíveis. Segundo o Instituto Verdeluz, ONG com atuação ambiental, cinco tartarugas encalhadas na orla tinham “resquícios de contato com piche”. Em um vídeo divulgado nessa terça-feira (24) nas redes sociais, o animal possui material oleoso no casco. “O sentimento de impotência em relação a essas enormes manchas de piche no litoral é assustador e é preciso que alguma posição do poder público seja tomada”, afirma o instituto.
Em Pernambuco, na região do Porto de Suape, foram encontradas duas tartarugas mortas com as mesmas manchas.
Conforme Muller, está em elaboração um plano de contingência para mitigar os danos da poluição, abrangendo os estados do Rio Grande do Norte a Pernambuco. “Estamos fazendo isso em parceria com outras instituições. Esse material pode ser vazamento de plataforma petrolífera ou descarga de navios. Foram coletadas amostras para análise com a Petrobras, e aguardamos o estudo”, pontua o técnico. A Marinha do Brasil também participa das reuniões.
Em nota, a Petrobras já descartou que o material encontrado tenha sido produzido ou comercializado pela estatal, e afirmou que “vem realizando, por solicitação do Ibama, limpeza de praias que apresentaram manchas nos últimos dias”. Os registros apontam presença do problema também nos estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
Dispersão
Além de manchas na Praia do Paracuru, no Litoral Oeste, no último sábado (21), banhistas relataram a presença de substância semelhante nas praias do Futuro e da Sabiaguaba, em Fortaleza; de Cumbuco e do Porto das Dunas, na Região Metropolitana; de Fortim, no Litoral Leste; da Caponga e da Taíba, no Litoral Norte; e de Mundaú e Flecheiras, no Litoral Oeste. Segundo relatos de leitores do Diário do Nordeste, foi necessária a utilização de álcool, removedor de esmaltes de unha e até de solventes para retirar o óleo da pele.
De acordo com o professor do Curso de Ciências Ambientais da Universidade Federal do Ceará (UFC), Rivelino Cavalcante, a substância oleosa “pode ser fruto de lavagens de navios ou resíduos do transporte de materiais, tudo lançado em alto mar e dispersado até a costa”. O especialista aponta que “as correntes são bastante eficientes em dispersar essas substâncias a longas distâncias”.
A hipótese é reforçada por nota do Ministério do Meio Ambiente (MMA). “Grandes distâncias entre manchas de óleo encontradas em praias costumam indicar que o ponto de despejo está distante. Considerando que o litoral dos estados de Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte não concentra oleodutos e plataformas, órgãos ambientais consideram que o material seja procedente de embarcações. As características do piche indicam que o material tenha sido despejado há bastante tempo”, indica.
Danos
Conforme o pesquisador da UFC, o tempo necessário para remoção completa do óleo das praias nordestinas é “indeterminado”. “Não dá para prever nem ter ideia. O que pode ser feito é descobrir qual a fonte, se é derivado de petróleo da Venezuela, do Oriente Médio, dos Estados Unidos. Descobrir a chamada ‘fingerprint’ do petróleo-fonte. Isso ajuda a saber quem foi o causador e, por consequência, responsabilizá-lo pelo crime ambiental”, frisa Rivelino.
O desenvolvimento de um plano de ação também é destacado pelo professor como “muito urgente”, já que, há cada minuto, vários animais podem estar morrendo. “Muitas das constituintes desse óleo são tóxicas à fauna marinha, é muito sério. É só uma mancha, mas causa impacto muito grande. Espécies maiores tendem a achar que é alimento, ingerem, e como é algo pegajoso, pra elas se libertarem disso é bastante complicado”, lamenta o ambientalista.
Em uma praia na região do Porto de Suape, em Pernambuco, foram encontradas duas tartarugas mortas com manchas nos cascos. No Ceará, ainda não há registros de ocorrências similares.
Fonte: Diário do Nordeste
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