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Brasil

O que é colorismo, o conceito que está na boca de youtubers contra o racismo

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“Colorismo não é sua capacidade de pegar o lápis de cor e sair pintando tudo de forma colorida”, começa a explicar a youtuber Tia Má, codinome da jornalista baiana Maíra Azevedo, em um vídeo de junho.

Com seu jeito alto astral e assertivo, Tia Má tem hoje mais de 340 mil seguidores no Facebook. Discussões relacionadas ao universo negro e ao racismo são recorrentes em seus vídeos – o do colorismo está entre os de maior audiência na sua página oficial, com 773 mil visualizações.

O conceito é usado para chamar a atenção para os diferentes níveis de preconceito e marginalização sofridos pela população negra, dependendo de quão mais afrodescendente é sua aparência. Isso inclui não só a tonalidade da cor, mas também outras características, como largura do nariz, grossura dos lábios e textura dos cabelos.

Grosso modo, ele ocorre quando há variação de tratamento dado a afrodescendentes conforme o seu grau de proximidade a traços associados à ascendência africana.

“No final todo mundo é preto e todo mundo é discriminado, mas é fundamental que a gente compreenda como essa discriminação acontece”, resume Tia Má, que, embora tenha sido registrada como parda quando nasceu, hoje se autodeclara negra.

O colorismo não é um termo novo no movimento negro, mas ainda não caiu, digamos assim, na boca do povo. Agora, com a ajuda das redes sociais, começa a alcançar um público maior. Além da Tia Má, outros youtubers já trataram do assunto nas suas redes sociais, como Nátaly Neri (do canal Afros e Afins), Gabi Oliveira (De Pretas), Sá Ollebar (Preta Pariu), Rayza Nicácio e Spartakus Santiago.

A youtuber Tia MáA advogada e militante Alessandra Devulsky, atualmente pesquisadora na Universidade de Montreal (no Canadá), prepara o livro O que é colorismo?, previsto para ser lançado em março de 2018. A publicação fará parte da coleção Feminismos Plurais, coordenada pela filósofa Djamila Ribeiro.

Um dos objetivos da discussão é questionar a ideia de que a forte miscigenação no país seria um indicativo de “democracia racial”.

Intelectuais e militantes negros usam o conceito de colorismo para denunciar que a mistura entre grupos étnico-raciais (no passado, frequentemente fruto da violência sexual de colonos brancos contra escravas negras) não criou uma convivência harmoniosa entre os diferentes, mas uma hierarquização social.

Eles acreditam que entender a complexidade do racismo é fundamental para superá-lo.

Além disso, defendem que os afrodescendentes de pele mais clara se conscientizem tanto do preconceito que sofrem, quanto dos privilégios que têm em relação aos de pele mais escura.

“Os chamados negros na verdade vêm de múltiplos povos de várias regiões do território africano, assim como os brancos também têm as suas várias diferenças étnicas e culturais vindas da Europa. A miscigenação não elimina essas diferenças, ela multiplica”, nota o sociólogo Ronaldo Sales, especialista em questões étnico-raciais e professor da Universidade Federal de Campina Grande (na Paraíba).

“O colorismo de alguma forma expressa essas diferentes dinâmicas. É a ideia de que não estamos falando de uma oposição entre os sem cor e os de cor, mas na verdade de um processo de contraste e diferenciação que utiliza esses critérios como forma de hierarquização social, e que não é linear”, acrescenta.

Alessandra Devulsky explica que o colorismo está baseado na ideia de que existe um fenótipo (isto é, um conjunto de características físicas) normalizado: o europeu. O ideal, segundo essa lógica, é ser alto, ter a pele clara e os traços que remetem à “raça ariana”.

“Quanto mais próximo se chega disso, maior a percepção de competência e beleza dessa pessoa”, observa.

Ela ressalta que não se trata de uma “disputa” sobre quais são as opressões mais profundas, mas de “entender de que modo o racismo penetra nas nossas vidas, nas relações interpessoais, e como isso se constrói historicamente”.

Essa lógica não está presente apenas no Brasil, acrescenta ela. Em sua pesquisa, Devulsky identificou o primeiro uso moderno do conceito na década da 60 na França, em referência a hierarquização social entre diferentes tipos de imigrantes africanos, já que os mais claros, vindos por exemplo da Argélia, tinham mais facilidade de se empregar que os mais escuros.

Retrato de Djamila Ribeiro

A filósofa e pesquisadora Djamila Ribeiro | foto: acervo pessoal 

Segundo a advogada, essa hierarquia tem uma função econômica dentro da sociedade capitalista, pois cria uma distinção entre “quem pode colaborar e gozar de determinados benefícios sociais e quem não pode”. Dessa forma, cria uma classe vulnerabilizada, mais suscetível à exploração.

“Eu ofereço então os menores salários e as piores condições, e essas pessoas vão aceitar, não porque não entendem que existe uma superexploração, mas porque não há alternativa para elas. Ou é aquilo ou a fome”, critica.

A busca do embranquecimento
Um dos reflexos perversos dessa hierarquização social é o esforço dos não brancos em tentar se embranquecer, observa Devulsky, exemplificando seu ponto com o avanço do consumo de cremes clareadores na Índia.

“É um nicho cosmético (que permite) você conseguir vender um creme de clarear a pele com mais de 50 substâncias cancerígenas. Isso acontece porque o sujeito percebe que, se tiver a pele alguns tons mais claro, vai conseguir alimentar sua família de forma menos violenta, com menos horas de trabalho, num emprego menos indigno. Então, é óbvio que as pessoas vão procurar formas de aliviar esse sofrimento.”

Um fenômeno mais presente no Brasil é a busca pelo cabelo liso. Djamila Ribeiro é uma mulher negra de pela escura e, por isso, como ela mesma diz, sua negritude “é indisfarçável”. Apenas adulta, porém, ela reconheceu seu cabelo crespo, que hoje usa em um penteado trançado.

“A infância e a adolescência inteiras eu alisei muito meu cabelo. Não por questão de escolha, alisava porque queria ser aceita”, conta.

“Minha mãe aquecia o pente de ferro no fogão e passava no meu cabelo. Depois passei para química, ambos processos extremamente agressivos. Eu só fui sentir a textura do meu cabelo na fase adulta. A maioria das mulheres negras da minha geração passaram por isso”, acrescenta.

Pardo ou negro?
Militantes procuram usar o debate do colorismo também para questionar essa tentativa de “embranquecimento”. Com o título “Pardo não tem raça? Entenda mais sobre colorismo e o lugar do pardo no debate racial brasileiro”, o vídeo do ciberativista Spartakus Santiago, publicado em setembro deste ano, teve 1,4 milhão de visualizações no Facebook.

Ele usa o conceito para argumentar que afrodescendentes mestiços também são negros e os convida a se reconhecerem como tais, em vez de se declararem como “pardos”, “moreninhos” ou “queimadinhos de sol”.

O youtuber Spartakus Santiago

Eufemismos como “moreninho” são uma forma de apagar a identidade negra, diz Spartakus | foto: acervo pessoal 

“Quando a pessoa entende que esses termos só camuflam o que a gente é, são só uma máscara para a nossa condição de negro, ela se inclui no debate racial!”, defende na gravação.

Santiago, que tem ascendência africana e italiana, conta que dentro da sua própria família sofreu resistência quando passou a se afirmar como negro.

“Eles me diziam ‘calma, você é moreno’, como se fosse uma ofensa ser negro. Esse é um dos meus vídeos que acho que tem mais papel social, pois muitas pessoas me procuram dizendo que entenderam sua identidade racial a partir dele”, contou à BBC Brasil.

O debate, porém, não se dá sem tensões. Santiago, assim como a youtuber Rayza Nicácio, já sofreu críticas de afrodescendentes de pele mais escura que dizem que eles não são negros de verdade. Na visão de Djamila Ribeiro, essa resistência é reflexo do racismo mais duro que essas pessoas enfrentam.
“Muitas vezes a sociedade racista vai privilegiar esses negros de pele mais clara, até no sentido de serem convidados para falarem de certos temas, a ocuparem certos postos que são importantes para a população negra. Isso gera tensões. Mas é importante elas (as mais escuras) entenderem que isso não é responsabilidade dessas pessoas (mais claras), isso é um mecanismo criado por um sistema racista para nos dividir”, ressalta.

Santiago foi também acusado de estar “apagando” a ascendência indígena ao defender que pardos se assumam como negros. Ele reconhece que as críticas lhe despertaram novas reflexões e diz que pretende gravar um novo vídeo sobre o assunto. Depois dessas mensagens, ele também acrescentou na descrição do vídeo a ressalva de que estava se referindo aos pardos com afroascendência.

Um ponto central no debate do colorismo é que ser negro está relacionado com a forma como a pessoa é “lida” pela sociedade. Para Devulsky e Sales, não se trata apenas de um processo individual de autodeclaração, mas algo que se constrói coletivamente, na relação com os outros.

Nesse sentido, Sales considera, inclusive, que há a identidade do “pardo-branco”. “São pessoas que, embora mestiças, passam como brancas (por suas características físicas) e não são descriminadas por sua cor. Jamais seriam negras. Nesse caso, não devem se beneficiar de cotas em concurso”, argumenta.

Já os afrodescendentes que sofrem preconceito racial são negros, considera o sociólogo, independentemente de sua pele ser mais ou menos escura.

Para argumentar, ele usa uma metáfora: “Eu costumo perguntar aos meus alunos: qual das cores é menos escura, o azul-marinho ou o azul-celeste? O azul-celeste, eles respondem.

Então, eu pergunto: qual dos dois é mais azul? E aí você não diz qual é mais azul, porque na verdade ambos são”.
Fonte: BBC

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