Nordeste propulsor – Economia na região

Acima da média nacional. Assim a Região Nordeste vem se comportando nos últimos anos em diversos aspectos econômicos. Cresceu mais que o País em empregos formais, exportações, renda média, infraestrutura, matrículas nas redes federais, abertura de shoppings e de franquias. O Brasil cresce por meio do Nordeste, que passará por desafios históricos e entraves estruturais para passar de mola mecânica a propulsor turbinado do crescimento do Brasil.

Seja como mercado consumidor ou como mão de obra para as diversas atividades econômicas, a população de cerca de 54 milhões de habitantes do Nordeste é objeto de desejo nacional.

A Unilever – multinacional que atua no Brasil há 85 anos e hoje tem 25 marcas, com 700 produtos -, afirma crescer o dobro no Nordeste em relação ao restante do País. Há produtos exclusivos e lançamentos de produtos em primeira mão para a região, ressalta Júlio Campos, vice-presidente de vendas da Unilever.

O investimento produtivo também interessam à companhia. Dos 10 complexos fabris no País, quatro estão em Pernambuco, nas cidades de Ipojuca, Garanhuns, Jaboatão dos Guararapes e Igarassu. Essas fábricas empregam, juntas, mais de dois mil funcionários.

A Ambev, gigante do setor de bebidas, mantém oito fábricas no Nordeste em oito estados diferentes. São quase sete mil empregos diretos e terceirizados. No Ceará, por exemplo, gerou em 2013 R$ 432 milhões em tributos no Estado, sendo R$ 308 milhões de ICMS. É uma das que mais traz arrecadação.

A unidade cearense, em Aquiraz, finalizou um processo de ampliação com um investimento de R$ 415 milhões. É uma parte dos cerca de R$ 7 bilhões em investimento industrial que a região recebeu, conforme dados da Nielsen.

A capacidade de produção anual de bebidas de Aquiraz triplicou e chega a sete milhões de hectolitros de bebidas por ano. Abastece os mercados do Nordeste, do Norte e do Centro Oeste do Brasil. São mais de 250 mil pontos de venda que recebem bebidas produzidas em Aquiraz.

Um relatório de agosto da Nielsen aponta o potencial ainda crescente de consumo do Nordeste. Não é a toa que a região já se tornou a segunda com o maior número de shoppings do País.

Investimentos

O BNB e o BNDES, juntos, liberaram cerca de R$ 55 bilhões para investimentos, que passam por parques eólicos, turismo, metalurgia, gás e petróleo. Conforme a doutora em Economia, Tânia Bacelar, não é o suficiente e o potencial do Nordeste é muito maior, mas depende em grande parte de ter uma infraestrutura, a ser montada por estados e municípios, que atraia o capital da inciativa privada.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, admitiu a importância de desenvolver o Nordeste. “Temos que olhar o interesse de todos. Não adianta ter uma família rica e tiver irmãos pobres. Mas os estados do Nordeste de hoje não são como estavam há 20, 30 anos. Tem que atualizar (o modelo de desenvolvimento), fazer políticas de acordo com a realidade do momento”, afirmou.

PORTOS IMPORTANTES

Os terminais portuários de destaque no Nordeste são Aratu, na Bahia, Suape, em Pernambuco, Pecém, no Ceará e Itaqui, no Maranhão. Têm maior proximidade, por exemplo, com a Europa, África e Canal do Panamá, que está em alargamento.

FERROVIA DORSAL

A Transnordestina é uma ferrovia com 1.728 km de extensão e remodelação de 550 km, nos estados do Ceará, Pernambuco, Piauí e Alagoas. Vai mudar a realidade do transporte de cargas. Investimento estimado é R$ 5,5 bilhões. Está em andamento.

ZONAS DE EXPORTAÇÃO

A Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE-CE) é a única em funcionamento no País. Nela, está um grande investimento em andamento, a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), orçada em US$ 5 bilhões.

AGRONEGÓCIO PROFISSIONAL

Empresários da cidade vêm ampliando seus negócios com atividades no campo, com produções específicas, ressalta o consultor de agronegócio, Zuza de Oliveira. Com isso, o Nordeste se destaca na produção de tilápia, leite, camarão, flores e mel.

Fonte: O POVO