Ceará
Impostos representam quase um quarto do preço da cesta básica

Muito questionado, o sistema tributário brasileiro tem impacto direto na vida das pessoas de baixa renda. Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), quase um quarto do valor (23%) da cesta básica é referente a impostos. Se somado, durante um ano, esse valor corresponderia a quase três novas compras do conjunto de alimentos essenciais em Fortaleza. Além disso, ontem (4), o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontou que a Capital cearense possui a sétima cesta básica mais cara (R$ 448,73) do País entre as cidades analisadas.
Apenas em 2019, a soma dos alimentos que compõem a alimentação básica na Capital teve aumento de 12,93%, o que representa a quinta maior elevação do País, considerando o período de janeiro a junho. Fortaleza também apresentou o quinto maior aumento do Brasil nos últimos 12 meses.
E toda essa elevação representa, também, um valor sendo destinado à arrecadação pública, através dos impostos sobre o consumo das famílias. Segundo o IBPT, no acumulado do ano, considerando a média de preços, o fortalezense paga R$ 1.228,56. O dado representaria o equivalente à compra de mais 2,76 cestas básicas. Para João Eloi Olenike, presidente do IBPT, o fato representa a desigualdade do sistema tributário brasileiro, que aplica alíquotas iguais para todos os contribuintes.
Isso faz com que, segundo ele, “os mais carentes sofram mais com a carga de tributos dos produtos”. “São mais de R$ 102 por mês pagos em tributos sobre itens essenciais, pois compõem a cesta básica, e penalizam aqueles que, muitas vezes, só têm a cesta para garantir a subsistência”, disse.
Trabalho
A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, do Dieese, também apontou que uma pessoa que recebe um salário mínimo por mês, em Fortaleza, precisaria trabalhar 98 horas e 55 minutos para conseguir arcar com os custos da cesta básica nacional.
Segundo Olenike, esse modelo é extremamente prejudicial ao consumidor mais pobre. “Sempre lutamos a favor de que o sistema seja baseado na cobrança sobre patrimônio e renda, e que itens essenciais, para a vida das pessoas tenham uma alíquota menor, bem menor”, explicou.
Variação
Uma das explicações para o preço elevado da sexta básica em Fortaleza, segundo a economista Elizama Paiva, vem de questões relacionadas à safra do tomate, prejudicada pelo índice de chuvas no Estado e da alta de itens como leite, arroz e açúcar, que sofreram variações de preço no País inteiro. “O aumento se dá pelo aumento no preço do tomate, que chegou a quase 100% (82,70%), e essa oscilação se dá pelo próprio produto, que é sensível às variações climáticas”, explicou Paiva.
“Outro ponto importante é que a variação de preço do leite, do arroz e do açúcar na Bolsa de Valores, já que eles são commodities, acabou impactando o mercado local”.
Fonte: Diário do Nordeste
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