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Estudos apontam lua de Saturno como potencial para vida fora da Terra

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Encélado, a sexta maior lua do planeta, tem atividade geotérmica e compostos orgânicos em seu oceano subterrâneo

Encélado, a sexta maior lua de Saturno, parece ser um mundo realmente promissor para a vida fora da Terra, como revelam dados da missão Cassini. Isso porque seu oceano subterrâneo tem atividade geotérmica e compostos orgânicos. Além disso, um estudo recente mostra que novos compostos foram encontrados.

No ano passado, foram descobertas moléculas ricas em carbono por lá. Anteriormente, haviam sido encontrados hidrocarbonetos. Agora, os pesquisadores anunciaram a descoberta de moléculas orgânicas solúveis, como as aminas, nas plumas que jorram da lua Encélado.

Esses itens são os componentes essenciais dos aminoácidos, que, por sua vez, são a base para as proteínas. “Em condições ideais, essas moléculas, que vêm do oceano profundo de Encélado, podem estar no mesmo caminho de reação que há aqui na Terra. Ainda não se sabe se aminoácidos são necessários para a vida além da Terra, mas as moléculas que eles formam são uma peça importante do quebra-cabeça”, diz Nozair Khawaja, que liderou a equipe de pesquisadores da Universidade Livre de Berlim.

Os novos orgânicos, observados pelo analisador de poeira cósmica (Cosmic Dust Analyzer – CDA) da Cassini, são compostos que contêm nitrogênio e oxigênio. O material é expelido do núcleo a partir de dutos hidrotermais, se mistura com a água do oceano subterrâneo de Encélado e jorra em forma de cristais de gelo.

Esses compostos podem ter se depositado nos cristais de gelo das fissuras da superfície. As plumas então explodem os grãos de gelo no espaço de modo a formar os anéis de Saturno. Os cristais de gelo contidos nos anéis são um tesouro para o CDA em termos de dados — por isso, dois anos após o término da missão Cassini, ainda há novas descobertas sobre o planeta.

A complexidade química em Encélado é fascinante, pois sugere o potencial de habitabilidade dessa lua congelada. Por outro lado, mesmo que se descubra que não é possível que a vida se desenvolva por lá, o achado continua a ser extraordinário. “Esse trabalho mostra que o oceano de Encélado tem elementos reativos em abundância e isso é mais um sinal verde na pesquisa sobre a habitabilidade do lugar”, diz Frank Postberg, coautor do trabalho.

Cassini era uma missão colaborativa entre a Nasa, a Agência Espacial Europeia e a Agência Espacial Italiana. Ela chegou a Saturno em julho de 2004 e continuou a estudar o sistema do planeta até mergulhar no gigante de gás, em setembro de 2017. A morte dramática foi necessária para evitar que mundos que potencialmente teriam vida, como Encélado, fossem contaminados acidentalmente.

Fonte: Olhar Digital

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