Educação

Estudo destaca o crescimento dos cursos de pós-graduação em medicina

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A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e a Associação Médica Brasileira (AMB) divulgaram um recorte da pesquisa Demografia Médica no Brasil 2025, revelando dados sobre os cursos de especialização. De acordo com os pesquisadores, 41,2% dos cursos médicos de especialização no Brasil, na modalidade Pós-Graduação Lato Sensu (PGLS), são totalmente a distância, enquanto outros funcionam na modalidade de ensino a distância (EAD) e 11,1% em regime semipresencial1.

O levantamento sugere uma hipótese preocupante de que o aumento na oferta desses cursos está relacionado a práticas predatórias, com cursos que podem dar a falsa impressão de serem especialidades médicas, induzindo ao erro tanto a população quanto os profissionais2.

No Brasil, o título de médico especialista só pode ser concedido a quem tenha concluído a formação em Residência Médica (RM), com duração de dois a cinco anos, credenciada pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM/MEC) ou por meio das sociedades de especialidades filiadas à AMB. Em contraste, os cursos de PGLS exigem apenas registro no Ministério da Educação junto a uma Instituição de Ensino Superior cadastrada, e alguns desses cursos chegam a cobrar até R$ 30 mil dos estudantes3.

Segundo o levantamento, “os cursos de PGLS estudados mantêm proximidade com a nomenclatura das especialidades médicas e áreas de atuação em medicina legalmente reconhecidas, o que pode gerar, junto aos médicos, empregadores e sociedade, imprecisões quanto à sua finalidade e validade. A partir dos dados analisados, não ficam claras a identidade e a função dos cursos de PGLS na formação dos médicos, na aquisição ou atualização de conhecimentos e habilidades”2.

Essa discrepância entre a formação como especialista e a oferta das RMs abre espaço para um uso inadequado de parte dos cursos Lato Sensu. O estudo analisou 2.148 cursos de PGLS em medicina, dos quais foi possível identificar a modalidade de ensino em 1.943 (90,5%). Desses, 927 cursos (47,7%) são inteiramente a distância.

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