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‘Estou correndo risco de vida’, diz vítima após ex suspeito de espancá-la ser solto

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Eu estou correndo risco de vida. Não só eu como a minha filha, por esse cara estar solto”, relatou Kely Loyola, vítima do advogado Demétrio Antônio Vargas de Mattos, solto nesta quinta-feira (9) por decisão da Justiça de Minas Gerais. Ele estava preso desde o ano passado suspeito de espancar a ex-namorada.

O crime aconteceu no dia 1º de abril de 2017, no bairro Buritis, na Região Oeste de Belo Horizonte, após a vítima terminar o relacionamento. O advogado estava preso preventivamente na Penitenciária Nelson Hungria e agora vai cumprir prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica. A decisão foi da Sétima Câmara Criminal, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

Por telefone, Kely contou ao G1 que está “apavorada” e em “pânico”. “Estou vivendo o pior momento da minha vida, tirou a paz. Estou enclausura, com medo de pisar na rua”, desabafou. Ela disse que o advogado é um homem “violento” e “perigoso” e que teme também pela filha de 18 anos.

“O pânico não é só meu, é da minha família, é da minha filha, eu tenho uma filha de 18 anos. Então assim, aquele sossego, aquela paz que eu estava vivendo acabou. Eu não estou aguentando mais conviver com isso”, contou Kely.

Segundo a Justiça, no pedido, a defesa de Mattos alega que estado de saúde do cliente vem se agravando e ele necessita de tratamento especial; diz ainda que o homem possui bons antecedentes, residência fixa e profissão definida e que a prisão “é um lugar que não dispõe de infraestrutura básica de segurança higiene e ou dignidade para qualquer preso. Violando preceito de ordem constitucional”.

Na época do crime, a advogada da vítima afirmou que o homem teria dado uma rasteira, chutes e socos na mulher. Ela foi levada para o Hospital João XXIII. O caso passou a ser investigado como tentativa de feminicídio. Segundo a Polícia Civil, foram constatadas 31 lesões corporais, principalmente na região do pescoço e da cabeça.

Kely falou que sobreviveu por pouco. “Eu só não morri, porque os meus vizinhos me socorreram, ao contrário de muitas vítimas, que os vizinhos ouviram e deixaram. Com mais um chute dele, eu não estava aqui mais, os médicos falaram. Eu fiquei um mês sem memória por causa da hemorragia cerebral”.

Depois da denúncia, apareceram outras mulheres que teriam sido vítimas de Mattos. Ele alegou ser alcoólatra. O criminalista não foi localizado nesta sexta-feira (10).

Ao G1, Kely Loyola relatou que ficou um ano junto com o homem e que resolveu terminar o relacionamento, porque ele havia mudado.

“No dia anterior eu falei que não queria ficar mais com ele, porque ele foi mudando completamente, o comportamento dele. Eu saia com ele para os bares, ele tinha um ciúme doentio, doentio. Eu não podia olhar para os lados. Ele tinha ciúme dos meus colegas de trabalho. Ele estava me sufocando”, revelou.

12 anos de Maria da Penha

Nesta semana, a Lei Maria da Penha, criada no país para punir os autores da violência no ambiente familiar, completou 12 anos. Na terça-feira (7), mais de 100 suspeitos de violência contra a mulher foram presos em Minas Gerais e no Rio de Janeiro na operação “Eu não pertenço a você”.

De acordo com o superintendente de investigação e polícia jurídica de Minas Gerais, Carlos Capestrano, 242 visitas a mulheres que pediram medidas protetivas também foram realizadas no estado.

Denúncias de violência contra a mulher em 2018

Nos sete primeiros meses de 2018, a Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Ligue 180) recebeu 79.661 denúncias com relatos de abuso sexual, homicídio, cárcere privado e outros tipos de violência. Os números mostram que, neste ano, foi registrado em média um caso a cada 3 minutos e 50 segundos.

Os casos mais comuns são os de violência física e psicológica – eles correspondem, respectivamente, a 46,9% e a 33,3% dos casos denunciados por meio do telefone 180.

Fonte G1/MG

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