Artigo
Entre Olhares: Feira Livre

“A feira livre floresceu na Europa durante a Idade Média e teve papel fundamental no desenvolvimento das cidades e no chamado renascimento comercial observado durante o século XIII.
Na medida em que a produção agrícola foi ganhando sofisticação nos feudos, o excedente passou a ser comercializado nas cidades durante as feiras. Durante a realização das feiras, os conflitos eram interrompidos para que os vendedores pudessem trabalhar com segurança. As trocas comerciais realizadas nos centros urbanos possibilitaram a padronização dos meios de troca e atuaram de maneira decisiva na superação do modelo feudal autossuficiente. Realizadas estrategicamente em áreas onde rotas comerciais se cruzavam, as feiras ainda incentivaram a criação de uma estrutura bancária que regulasse o câmbio e a emissão de papel-moeda. No Rio de Janeiro, há registros de feiras desde a época colonial. Uma grande variedade de produtos que chegavam de navio era comercializada informalmente na Praça XV. Somente em 1711, o Marquês do Lavradio, terceiro vice-rei do Brasil, oficializou as feiras nas ruas da cidade. Em 1904, o prefeito Pereira Passos, com o objetivo de exercer um maior controle sobre a atividade comercial no Rio de Janeiro, editou um decreto que autorizava as feiras a funcionar aos sábados, domingos e feriados. Em 1916, os feirantes passaram a trabalhar também durante os dias da semana” (NAGEL,2007).
“O termo feira teve sua origem proveniente do latim ‘feria’ que representava na época um dia festivo, a mudança do termo ‘feria’ em feira se deveu basicamente a que nos dias em que ocorria essas festas os comerciantes aproveitavam e colocavam suas mercadorias para serem vendidas em praça pública. Com o passar do tempo o termo feria deixou de ser domínio só religioso e foi adaptado ao comércio transformando-se em feira.
As primeiras notícias da existência de feiras-livres no Brasil remontam ao ano de 1548, quando o rei de Portugal (D. João III) preocupado em evitar o êxodo rural na colônia instituiu um dia de feira nas cidades, para que os colonos pudessem comercializar seus excedentes e ao mesmo tempo adquirir as mercadorias que necessitassem. Porém essas feiras não se realizaram durante os primeiros duzentos anos (Séculos XVI e XVII) da colonização, pois alguns motivos contribuíram para tanto, primeiro os colonos já comercializavam seus excedentes nas praias e segundo, a falta de uma agricultura desenvolvida voltada para a troca de excedentes, existia na época apenas uma agricultura voltada a subsistência dos engenhos de açúcar. no Brasil durante o período colonial existiam dois tipos de feiras-livres, a Feira de Mercado, que funcionava preferencialmente aos sábados e tinha como propósito o abastecimento de gêneros de subsistência a população urbana e a Feira Franca, que era realizada apenas uma vez no ano, ou no máximo duas e comercializava basicamente um único produto, o gado. Já no nordeste brasileiro encontrava-se também dois tipos de feiras-livres, as urbanas localizadas nas grandes cidades, tendo como característica própria a regularidade e as do interior basicamente localizadas no litoral ou no sertão, onde o agricultor ou artesão vendia esporadicamente sua mercadoria não tendo nenhuma regularidade (MENEZES, 2005).
“Na feira, todo mundo é amigo… destaca o clima de amizade e descontração que falta aos estabelecimentos comerciais mais modernos. Aqui você encontra os vizinhos e conversa com os feirantes, que já te conhecem e te chamam pelo nome. E se você não tem dinheiro, ainda pode pagar depois. A feira é uma relação de comunidade”. Este é o trecho do depoimento de uma pessoa entrevistada no trabalho de campo realizado por Nagel (2007).
Como se percebe, é loucura e falta de censo dos administradores mandatários das nossas cidades querer confinar nossas feiras livres em estruturas de argamassa. Talvez lhes tenha faltado ouvir seus representados e um pouquinho de estudo de História do Brasil…
*Por Lucio José de Oliveira Oliveira
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