Dia-a-Dia com Maria

Dia-a-Dia com Maria: Que país é esse?

Imaginem a chegada exaustiva à “Ilha de Vera Cruz”: homens sudorentos, famintos por facilidades de enriquecimento, olhos inundados com verde, águas azuis, flores, pássaros, índias cor de terra e mel, madeira, solo (ouro?? Certamente).

Published

on

Imaginem a chegada exaustiva à “Ilha de Vera Cruz”: homens sudorentos, famintos por facilidades de enriquecimento, olhos inundados com verde, águas azuis, flores, pássaros, índias cor de terra e mel, madeira, solo (ouro?? Certamente).

Ilha de Vera Cruz. Cabral. Abril!

Manancial Brasil que se permitiu calvarizar, pacífico e silente, em que os chegantes  passaram a depenar-lhe, literalmente, Comendo frutos, sangrando ventre e matando a verde virgem.

Ilha de Santa Cruz que depois passou a ser louvada com um dos mais belos hinos de que já compuseram para uma pátria matriarca (paradoxo? Não, completude.).

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas

De um povo heróico o brado retumbante,

E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,

Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Onde estão nossos heróis? Qual tem sido o brado retumbante desse povo que não permite o lastro dourado dos raios de um sol de liberdade, que, inertes, não permitimos que brilhem no céu desta terra-madre?!

Brasil, de amor eterno seja símbolo

O lábaro que ostentas estrelado,

E diga o verde-louro dessa flâmula

– “Paz no futuro e glória no passado.”

Repito este último verso “Paz no futuro e glória no passado” e pontuo exatamente o contrário, destacando o passado inglório e o futuro incerto, caso não mudem os moldes nos quais estamos assentados.

Ilha de Vera Cruz, que, mesmo não se tratando de uma ilha, acercou-se de potências ávidas para tragá-la como truculências, ambições, sobretudo com as más línguas a chicoteá-la e que, passiva, deita-se e se permite a crucificação. Calvário!Brasil!

(…)

Do que a terra, mais garrida,

Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;

“Nossos bosques têm mais vida”,

“Nossa vida” no teu seio “mais amores.”

Bosques inigualáveis, terra espetacular que, desafortunadamente, tem sido comparada a qualquer chão menos estrelado, desvalorizado, quando falam mal de tudo: saúde, previdência, inflação, falta de emprego, dos maus modos da população como se fossem íntimos de secura fria dos europeus, da gula tórrida dos americanos, da soberba sutil dos asiáticos, da fúria dos terremotos e furacões das outras terras, onde há todo o tipo de mazela, contudo, seus nacionais não as infamam. 

Brasil que ainda não se inteirou do encanto que consuma e passa a ser defendido e amado como a musa das Américas, terra jovem e rica, mas que vive a desdita de carregar o peso de um Congresso Nacional desacreditado, composto de uma maioria de viciados em lucros gigantes e ilícitos, abusivos salários, desfavoráveis à nação e no qual se concentra o direito de fazer e refazer as próprias leis.

Brasil, onde o verbete ‘corrupção’ virou emblema e com panelas batidas nas ricas varandas o povo clama pelo que nem atina de fato e não cogita que se precisa dar um basta, exigindo a reforma política urgente e cantar, enfim, com veracidade o desfecho de um hino que ressoa necessidades prementes.

Terra adorada,

Entre outras mil,

És tu, Brasil,

Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil,

Pátria amada,

Brasil!

 

*Mariazinha é Servidora do IFCE Campus Iguatu e Advogada

 

EM ALTA

Sair da versão mobile