Dia-a-Dia com Maria

Dia-a-Dia com Maria: A mídia e suas implicações

Tanto aprecio os meios de veiculação das informações quanto estou me policiando cada vez mais para bem coar o que disso se pode extrair como essencial. 

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Tanto aprecio os meios de veiculação das informações quanto estou me policiando cada vez mais para bem coar o que disso se pode extrair como essencial. 

A mídia tanto é maravilhosa quanto venenosa, até porque incorremos nos riscos de enchermo-nos com muitos desvios de verdade e acabarmos por permitir que em nós sejam gerados sentimentos que não condizem com a realidade dos fatos, isso por considerá-la tendenciosa.

É sim, tendenciosa! Quem escreve, por mais conhecedor que seja, tem uma formação de princípios, acadêmica (ou não), e experiências que o levam a crer que isso ou aquilo sejam o mais adequado, de maneira que, no final, seu produto (informação), traz indícios cromossômicos da literalidade de quem a compôs.

Notícias, propagandas, posições políticas etc., carregam sempre o hálito dos seus interessados.

Como minha conduta de elaboração para escrita tenha uma força ativa preponderante para o viés da política, das decisões sociais, dos papéis de governantes, dos rumos dados à sociedade, vejo que muitos de extremada boa-fé têm se apegado ao que por ora chamarei de “bandeiras de esquina”, formas à primeira vista que, têm a força de um tornado para distorcer as ideias.

Vou começar com um exemplo bem básico para que você, leitor/leitora, possam me entender facilmente.

A privatização foi difundida de maneira tão polida, num momento de fragilidade em que a nação brasileira se achava a mais pobrezinha do planeta, uma espécie de Etiópia das Américas, seguida por outros miseráveis. Qual foi a ‘bandeira de esquina’? A necessidade de vender nossos recursos, inclusive minérios, “enxugar a máquina”, molhada, certamente, com o suor dos inocentes, só que o lucro da venda não retornou de todo para os fins devidos e todo mundo sabe disso.

A reeleição, necessidade criada por FHC, porque devia ter pactos com gente estranha aos nossos interesses e, para manter sua macabra dose de desejo entreguista, achou por bem prorrogar seu reinado. Hoje, repensam a reeleição e acham que é um mal que deu oportunidade de manter  petistas “inúteis” no poder, quando quem criou a mazela foram os que hoje a deturpam.

Em dezembro de 2008, quando um jornalista iraquiano, Muntazer al-Zaidi, atirou um sapato no “pé da orelha” de Bush, houve um certo clamor pelo desrespeito cometido contra um chefe de Estado, Estados Unidos da América, que pouco estão se lixando para nós brasileiros, no entanto,  contentou-se o brasileiro que pouco gosta de ler, sobre as possíveis razões daquela reação de revolta contra o líder americano e clamou por aquele americano do olho azul e do cérebro roxo de vontade de surrupiar o mundo.

Bandeiras à solta nas esquinas, que ninguém busca conhecer de fato o mais profundo das informações.

Recentemente, um moço agride verbalmente a Presidenta da República Brasileira e de forma vergonhosa para nosso país e, ao contrário da reação expressada contra o que agrediu o Presidente dos Estados Unidos, muitos proclamam a bestialidade como um feito heróico: agredir uma senhora, que representa uma escolha democrática, de forma tão vil, injuriosa e vulgar, enquanto a maioria aplaude a baixeza.

A bandeira da esquina no esquema da PETROBRAS, estatal que poucos sabem como funciona, entretanto, cada um tem uma sentença sobre o fato e para todos os lados atiram suas pedras, sem conhecer a formação, a maneira de ser administrada,  as ocorrências que envolvem os desvios, há quanto tempo isso ocorre, enfim, não se munem com o devido acervo que possa embasar adequadamente os argumentos.

Para finalizar, conclamo aos nossos críticos leitores que na esquina das informações vejam quem se opõe a tudo e a todos e apenas perguntem a si mesmos, o que essas bandeiras tão agitadas e coloridas querem? Ou será que estão apenas acelerando a garantia do espaço para fincar seus mastros, sem pensar no mais propício para a nação? 

Não estou defendendo um grupo, apenas sugerindo que nos portemos comedidos diante das bandeiras de esquina.

 

*Mariazinha é Servidora do IFCE Campus Iguatu e Advogada

 

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