Economia

Desemprego e inflação aumentam endividamento familiar; educador financeiro dá dicas de como organizar as contas

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O aumento do desemprego provocado pela crise sanitária da Covid-19, somada à inflação devido ao reflexo da pandemia, tem impactado na saúde financeira do brasileiro. Em 2021, 70,9% das famílias brasileiras terminaram o ano com as contas no vermelho, maior nível nos últimos 11 anos, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). Segundo dados da Serasa, 64% das pessoas relataram que os efeitos da pandemia corroeram sua condição financeira. Sete em cada 10 brasileiros tiveram que optar por uma das dívidas para quitar, pois não conseguiram quitar todas. Diante desse cenário desafiador, o educador financeiro, Cleriston Oliveira, dá dicas de como organizar as finanças e tentar ficar com as contas no azul.

A taxa de brasileiros desempregados até o terceiro trimestre de 2021 foi de 12,6%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso representa mais de 13 milhões de pessoas sem postos de trabalho em todo o país ou que estão em busca de uma oportunidade. “Esse, sem dúvidas, é um dos principais motivos para o endividamento da população. Afinal, sem renda não há como pagar as contas”, frisou Cleriston. Ele diz que, depois do desemprego, a redução da renda familiar é o segundo motivo que mais coloca os brasileiros em situação de inadimplência.

Outro ponto que impactou no endividamento foi o rendimento que não acompanhou as correções dos preços (dos alimentos, combustíveis, aluguel, energia), que subiram mais de 30% em relação ao salário mínimo, contribuindo para apertar o orçamento familiar. “Os lockdowns foram necessários para conter a circulação do vírus, mas também trouxeram consequências severas para a economia. Hoje vivemos o reflexo da paralisação da cadeia produtiva de produtos e serviços, que foi reduzida ou até paralisada. Então, a oferta ficou menor que a demanda, o que causa inflação. Outro ponto foi a injeção de dinheiro na economia com o auxílio emergencial, por exemplo, para o estímulo da economia”, explicou.

Com esse cenário, muitas famílias recorreram ao cartão de crédito, que já era um grande vilão do orçamento doméstico. Segundo a Serasa, o uso do cartão segue como a principal dívida entre os inadimplentes, sendo citado por 53% dos entrevistados na pesquisa. “Houve a popularização do cartão de crédito, o que facilitou o acesso ao crédito. Quando chega a fatura, muita gente não está organizada para pagar tudo. Nesse caso, ou fica devendo ou paga somente o mínimo”, pontuou o educador.

Para tentar organizar as contas, Cleriston diz que é necessário criar e respeitar um orçamento familiar mensal. Ele dá dicas de como melhorar as finanças domésticas. “É importante identificar suas despesas e receitas nos próximos três meses; eliminar as despesas desnecessárias e reduzir as demais” orienta o educador financeiro. Para conseguir quitar as contas, ele também recomenda aumentar a renda familiar, tentando de alguma forma fazer uma renda extra. 

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