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Cientistas descobrem galáxia com três buracos negros supermassivos

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Via-láctea NGC 6240 fica a 300 milhões anos-luz de distância da Terra e traz evidências de fusão simultânea entre outras três do passado
Buracos negros supermassivos agem como motores que alimentam os centros das galáxias, incluindo a nossa Via Láctea. Recentemente, cientistas identificaram uma galáxia que contém três buracos negros supermassivos em seu núcleo – e eles estão surpreendentemente próximos uns aos outros.

A galáxia NGC 6240 tem uma forma incomum. Os cientistas acreditavam anteriormente que ela teria sido formada pela colisão e fusão de duas galáxias menores. Em padrões universais, a NGC 6240 é relativamente próxima da Terra – 300 milhões de anos-luz de distância –, de modo que os astrônomos puderam estudá-la em todos os comprimentos de onda de luz.

Como é padrão na interação galáctica, os cientistas pensaram que, devido à fusão, o núcleo da NGC 6240 provavelmente hospedaria dois buracos negros. Porém, novas observações revelaram um terceiro buraco negro supermassivo no centro. Cada buraco negro tem a massa de mais de 90 milhões de sóis cada.

Os resultados foram publicados quinta-feira (21) na revista Astronomy & Astrophysics. As novas observações da galáxia foram obtidas por meio do Very Large Telescope, do Observatório Europeu no Sul do Chile. Todos os três buracos negros podem ser encontrados na mesma região, em um espaço de 3 mil anos-luz de diâmetro. Para referência, de acordo com os astrônomos, esta área corresponde a um centésimo do tamanho de toda a galáxia.

Uma descoberta sem precedentes

“Até agora, essa concentração de três buracos negros supermassivos nunca havia sido encontrada no universo”, afirma Peter Weilbacher, um dos autores do estudo, do Instituto Leibniz de Astrofísica de Potsdam. “O presente caso fornece evidências de um processo de fusão simultânea de três galáxias junto com seus buracos negros centrais”, completa.

Isso permitirá que os astrônomos entendam mais sobre como as galáxias evoluem ao longo do tempo, especialmente as maiores galáxias do universo. A ideia de como elas se formaram foi um desafio para os pesquisadores no passado, já que seu tamanho não podia ser explicado pelos tipos de interações e fusões observados antes.

“Se, no entanto, ocorreram processos simultâneos de fusão de várias galáxias, as maiores galáxias com seus buracos negros supermassivos centrais puderam evoluir muito mais rapidamente. Nossas observações apontam primeiramente para desse cenário”, explica Weilbacher.

Com o tempo, provavelmente alguns milhões de anos, os três buracos negros supermassivos vão se fundir, afirmam os pesquisadores. Espera-se que essa fusão final crie ondas gravitacionais muito fortes ou ondulações no espaço-tempo.

Fonte: Olhar Digital

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