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Cerimônia de abertura das Olimpíadas é sucesso e rende comentários no mundo inteiro

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Caravelas encenaram a chegada dos portugueses ao território brasileiro, trazendo com eles a escravidão, que durou mais de três séculos no País. Depois de índios e negros, a festividade lembrou a imigração japonesa e árabe no Brasil, projetando um grande colorido no campo, o qual representava a diversidade cultural em solo nacional.
Prédios feitos de caixas brotaram do chão e foram escalados por artistas. A construção do Brasil contemporâneo e urbanizado deu lugar a um ator caracterizado como Santos Dumont levantando voo no Maracanã a bordo do 14 Bis, ao som de “Samba do Avião”, de Tom Jobim.

Um dos pontos altos da cerimônia foi o desfile da modelo gaúcha Gisele Bundchen, com um vestido reluzente e tendo sua caminhada abrilhantada por “Garota de Ipanema”, também de Tom Jobim, reproduzida no piano por Daniel Jobim, neto do compositor.

Vestidos de branco, Zeca Pagodinho e Marcelo D2 cantaram “Deixa a vida me levar” antes de Karol Conka e MC Soffia assumirem o palco. Na sequência, Jorge Benjor foi anunciado pela apresentadora Regina Casé, que falou em “celebrar as diferenças”. O cantor entoou “País tropical” concomitantemente a mais uma explosão de fogos de artifício e a um enorme jogo de cores reproduzido nas fantasias de artistas e no show de luzes.

A cerimônia, então, passou para um tema que diz respeito ao mundo: o aquecimento global. Citou o derretimento das calotas polares, a elevação do nível do mar e de outras consequências do uso irresponsável de combustíveis.

A mensagem continuou com a narração da atriz Fernanda Montenegro do poema “A flor e a náusea”, de autoria de Carlos Drummond de Andrade, fechado a primeira etapa da cerimônia de abertura do Rio 2016.

Aí as 207 delegações começaram a desfilar pelo gramado do Maracanã. Entre os destaques, o maior campeão olímpico da história, com 22 medalhas, o nadador Michel Phelps. Ele foi o porta-bandeira dos Estados Unidos, maior potência dos Jogos. Foi a primeira vez na carreira que o atleta marcou presença em uma cerimônia de abertura – ele já disputou Sydney 2000, Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012.

Os tenistas Rafael Nadal (Espanha) e Andy Murray (Grã-Bretanha) carregaram o mastro de seus respectivos países. Como Usain Bolt não esteve presente na cerimônia, coube à velocista Shelly-Ann Fraser-Pryce, bicampeã olímpica nos 100m rasos, hastear a bandeira jamaicana.

Mas foi, obviamente, a delegação brasileira, que sucedeu o desfile dos atletas refugiados, a mais ovacionada no mítico estádio. Yane Marques, do pentatlo moderno, foi a porta-bandeira do País, desfilando ao som de “Aquarela do Brasil”, canção composta por Ary Barroso. Com 465 atletas, este é o maior time nacional na história das Olimpíadas.

Logo em seguida, abriu-se o palco no centro do gramado do Maracanã. “Estão abertos os Jogos Olímpicos”, anunciou o alto-falante do estádio. Presidente do Comitê Olímpico do Brasil, Carlos Arthur Nuzman, fez um discurso acalorado, elogiando a cidade-sede das Olimpíadas e o povo brasileiro, especialmente o carioca, sendo aplaudido pelo público a cada pausa entre suas falas.

Já o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o alemão Thomas Bach, exaltou a superação brasileira “em uma das maiores crises” do País e o acolhimento aos atletas refugiados. Em seguida, o presidente interino Michel Temer declarou a abertura dos Jogos, recebendo, ao mesmo tempo, vaias e aplausos.

Após as falas das autoridades, Gilberto Gil e Caetano Veloso, expoentes do movimento da Tropicália, na década de 1960, além de Anitta, cantaram “Isso aqui é o que é”, de Ary Barroso, fazendo as mais de 200 delegações sambarem no gramado.

Isso, no entanto, foi antes de Gustavo Kuerten, ex-tenista e tricampeão de Roland Garros, adentrar no campo com a chama olímpica. Passou para Hortência Marcari, campeã mundial de basquete em 1994, que, finalmente, brindou Vanderlei Cordeiro de Lima com o maior símbolo dos Jogos. Então, o ex-fundista, medalha de bronze em Atenas 2004, acendeu a pira olímpica.

A chama subiu e se transformou em um sol no Maracanã. Foi o menor fogo na história das Olimpíadas, justamente para alertar e servir como mensagem contra o exagero de gases poluentes no mundo, em pleno aquecimento. Esse foi o sinal para a última queima de fogos no palco da abertura dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

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