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Brasil registra 40 milhões de crianças expostas a riscos climáticos

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Cerca de 40 milhões de crianças estão expostas a mais de um risco climático no Brasil. A cifra, revelada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), equivale a 60% dos jovens do país, sendo a maioria negros, indígenas e quilombolas. Migrantes e refugiados, assim como crianças com deficiência, também englobam a lista.

No documento, o Unicef cita a poluição do ar, agravada por queimadas florestais e emissão de gases de efeito estufa, que está diretamente associada às mudanças climáticas. No geral, três em cada cinco crianças estão expostas a concentrações de PM2.5 (poluição do ar externa) acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Em crianças, a exposição a poluentes em altas concentrações e por longos períodos pode afetar o cérebro, causando atrasos no desenvolvimento, problemas de comportamento e até mesmo de desenvolvimento intelectual. Em ambientes poluídos, os pulmões de crianças não se desenvolvem completamente, e o sistema imunológico fica fragilizado. Infecções respiratórias, que já são comuns em crianças, ficam mais severa”, explica a entidade.

Outro exemplo é o aumento da transmissão de doenças como malária, febre amarela e dengue em meio às mudanças de temperatura. A maioria das vítimas são crianças pequenas, sobretudo em ambientes poluídos. Além disso, o consumo de alimentos produzidos por agricultores familiares também é comprometido pela crise climática.

“Mudanças climáticas e degradação ambiental enfraquecem os direitos de crianças e adolescentes. Eles são os menos responsáveis pelas mudanças climáticas, mas suportarão o maior fardo de seu impacto. Por estarem em uma fase mais sensível de desenvolvimento, meninas e meninos são os mais prejudicados diretamente”, afirma Paola Babos, representante interina do Unicef no Brasil.

Já em situações de grandes desastres naturais, como deslizamentos ou enchentes, os jovens ficam em situação de vulnerabilidade, o que aumenta o risco de violência física ou sexual. Espaços de acolhimento temporário, por exemplo, podem ser especialmente arriscados caso medidas de prevenção não sejam estipuladas pelos organizadores.

O Unicef aponta ainda que, em regiões onde há pressões ambientais, econômicas e crime organizado, o risco de exploração sexual de meninas é potencializado. Segundo os dados, em 2019, as taxas mais altas de jovens de até 14 anos grávidas foram registradas em cinco estados da Amazônia Legal: Roraima, Amazonas, Acre, Pará e Amapá.

Fonte: SBT News

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