Iguatu

Casas de áreas de risco da ‘Beira Rio’ ainda ocupadas por famílias

[caption id="attachment_5395" align="alignleft"]Foto: J. GuedesTravessa Manoel Alexandre onde os imóveis ainda estão de pé[/caption]As casas localizadas em áreas de risco na região da ‘Beira Rio’, nas margens do Rio Jaguaribe, próximo à Rua Manoel Alexandre (Rua dos Inocentes) ainda continuam ocupadas por famílias.

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As casas localizadas em áreas de risco na região da ‘Beira Rio’, nas margens do Rio Jaguaribe, próximo à Rua Manoel Alexandre (Rua dos Inocentes) ainda continuam ocupadas por famílias.

Pelos menos três dos imóveis estão ocupados. 

Nesta outra travessa há imóveis em pé, mas sem famílias morando

A reportagem esteve no local e verificou que uma mulher de nome Maria de Lourdes e a filha dela, que se identificou como ‘Maria Antônia’, ainda são proprietárias de casas no local. Maria Antônia negou que a casa seja sua, mas vizinhos afirmaram que ela é a dona do imóvel. Maria de Lourdes, que mantém a casa com os móveis dentro disse que está aguardando construir mais dois cômodos no imóvel do conjunto Novo Iguatu para se mudar. 

De acordo com informações obtidas junto ao programa habitacional da prefeitura, as duas mulheres foram beneficiadas com casas no conjunto Novo Iguatu, construído pelo município para atender as famílias daquela área de risco da cidade. As duas mulheres confirmaram que ganharam as casas, mas continuam mantendo seus imóveis na ‘Beira Rio’. Além delas duas, a reportagem também encontrou um rapaz, Francisco Gilliardo Pereira Campos, que ocupa um dos imóveis abandonados. Ele reconhece que está habitando uma casa em área de risco, mas disse que está alí porque não tem para onde ir. O rapaz afirmou que tem familiares, pai e mãe, mas não mora com eles, porque os familiares residem na zona rural e ele prefere morar na cidade.

Alan Lelis, Sec. adjunto de Habitação disse que a ocupação é irregular, mas informou que as casas não podem ser demolidas agora

Por se tratar de áreas de risco impróprias para construção, o local não oferece as mínimas condições sanitárias para habitação. Não há redes de água nem energia elétrica, não tem saneamento básico, nem coleta de lixo. Os esgotos que saem das casas escorrem a céu aberto e há muita concentração de insetos por causa da água estagnada e mau cheiro. Como a maioria dos imóveis está sem ninguém o local também se tornou ermo e propício para atrair criminosos, principalmente assaltantes e usuários de drogas.

A reportagem procurou o secretário adjunto de Habitação da Prefeitura, Alan Lelis para falar sobre o assunto. Ele explicou que as ocupações são irregulares, mas por enquanto a prefeitura não pode demolir os imóveis, pois estão localizados em terrenos particulares, mesmo sendo considerados em área de risco, sem permissão para construção. Segundo Alan Lelis, na época em que as famílias foram transferidas para o conjunto Novo Iguatu houve a ‘Regularização Fundiária’ dos imóveis, mas pelo fato das indenizações ainda não terem sido pagas, algumas casas ainda estão de pé. 

Francisco Gilliardo ocupa irregularmente uma casa, mas argumenta que não tem para onde ir

O secretário adjunto informou que cerca de 47 imóveis foram demolidos assim que as famílias foram removidas. Segundo ele, as duas mulheres, mãe e filha que ocupam dois dos imóveis, há uma ação judiciária movida pelo município contra elas, que a prefeitura está tentando solucionar junto ao Ministério Público. Alan informou também que foi estabelecido um acordo com os proprietários, para que nenhum imóvel fosse ocupado para moradia, até que as indenizações fossem pagas.

Segundo o secretário adjunto de Habitação, nos últimos 8 anos cerca de 1.200 casas já foram construídas e entregues para famílias carentes do município. Ele informou também que a meta da atual administração é construir 900 casas, através de um novo projeto de habitação realizado pelo município.

A mulher que se identificou como ‘Maria de Lourdes’ procurou depois a Rádio Mais FM para solicitar a retirada das imagens dela, e de sua filha, que se identificou como Maria Antônia, da reportagem. Ela também informou seu nome correto, Luiza Maria de Lima, 53. A mulher disse que deu um nome falso porque ficou ‘com raiva’ da presença da reportagem que denunciou ocupações irregulares nas casas da Beira Rio. Ele negou que esteja morando no local e acrescentou que o imóvel onde a mesma foi vista, quem reside lá é o seu filho.

 

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