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Argentina anuncia oficialmente o fim da quarentena iniciada em 20 de março

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O presidente argentino, Alberto Fernández, anunciou que, com exceção de duas cidades, a Argentina sairá oficialmente do isolamento social, considerado o mais prolongado do mundo. Fernández pediu que a população mantenha os esforços de proteção e não relaxe nos cuidados.

“Verificamos que, nas duas últimas semanas, a quantidade de casos caiu aproximadamente 30% no país. Vamos manter em isolamento social apenas em duas cidades: Bariloche e Puerto Deseado (as duas na Patagônia). Esta nova etapa vai até 20 de dezembro”, anunciou o presidente Alberto Fernández, sublinhando que “a população deve continuar com o esforço porque o problema da pandemia não foi superado”.

O pedido para que os argentinos continuem com os esforços chegou na noite desta sexta-feira, um dia depois das gigantescas aglomerações populares em torno do velório do ex-jogador Diego Maradona, organizado pelo próprio governo.

A cerimônia, no qual cerca de um milhão de pessoas não mantiveram distanciamento social nem cuidados de proteção, levou a oposição a denunciar penalmente o presidente Alberto Fernández por favorecer a propagação do coronavírus.

“As imagens que vimos do velório são o que devemos evitar. Claro que são um risco epidemiológico cujo impacto veremos dentro de sete ou dez dias”, criticou o ministro da Saúde de Buenos Aires, Fernán Quirós.

Foi a vez do interior


O anúncio do fim da quarentena se aplica a dez das 24 províncias argentinas, a maioria no interior. Na região metropolitana de Buenos Aires, o fim da chamada “quarentena eterna” começou em 9 de novembro, depois de 233 dias de isolamento.

O fim da quarentena, no entanto, não acabou com as restrições. O transporte público, por exemplo, continua exclusivo para as atividades consideradas essenciais.

A extensão da quarentena ajuda a entender a drástica queda na popularidade de Alberto Fernández que, em março, tinha 67,8% de imagem positiva e agora tem 32,4%, segundo a consultora Giacobbe & Asociados.

“É um vertiginoso processo de desilusão”, define à RFI o analista político Jorge Giacobbe, autor do estudo, o mais recente publicado nesta semana.

“Os números indicam que a quarentena já não tinha sentido. O erro foi usar a quarentena como único recurso para controlar a pandemia. O governo ficou sem margem para continuar com o lockdown, enquanto os casos só aumentam”, indica o analista.

O estudo também aponta que 64,2% dos argentinos concordam com a mudança de isolamento a distanciamento social. “Os argentinos estão exaustos. O cansaço social depois de oito meses chegou ao limite. A fase racional da quarentena já tinha acabado meses atrás”, conclui Giacobbe.

Fonte: G1

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